A Argentina registrou uma inflação mensal de 3,7% em março, representando um aumento significativo em comparação aos 2,4% observados em fevereiro, conforme dados divulgados pelo Instituto de Estatística (Indec). Este cenário se desenvolve em um momento crucial para o país, que aguarda a aprovação de um importante empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O contexto econômico atual da Argentina é marcado por significativas turbulências domésticas, principalmente devido à diminuição das reservas do Banco Central e à expectativa de possíveis alterações no regime cambial após a formalização do acordo com o FMI. Apesar do aumento mensal, a inflação interanual apresentou uma moderação, atingindo 55,9%, uma redução considerável em relação aos 66,9% registrados em fevereiro.
O FMI anunciou na última terça-feira um acordo em nível técnico para um empréstimo de 20 bilhões de dólares (R$ 117,4 bilhões), que será avaliado pela diretoria. Este financiamento tem como principal objetivo fortalecer as reservas do Banco Central argentino, que nos últimos 30 dias utilizou mais de 2 bilhões de dólares (R$ 11,7 bilhões) para manter a estabilidade do peso.
A expectativa em torno do acordo tem gerado movimentações significativas no mercado financeiro, com os contratos em dólar futuro de curto prazo registrando uma alta de 5,8% na última quinta-feira, refletindo a preocupação com uma possível desvalorização da moeda local, o que poderia impactar ainda mais os índices inflacionários.
Após o primeiro ano do governo Milei, observa-se uma tendência de redução nos índices inflacionários anuais, com uma queda de 211,4% em 2023 para 117,8% em 2024, embora os números ainda permaneçam em patamares elevados.