AM: estudante de educação física é preso por atuar como falso médico

AM: estudante de educação física é preso por atuar como falso médico

Estudante de educação física atuava ilegalmente como médico em Manaus há dois anos, atendendo inclusive crianças vulneráveis em clínicas e hospitais

Gabriel Ketzel da Silva, estudante de educação física, foi preso em Manaus após ser descoberto atuando ilegalmente como médico em diversas unidades de saúde. A prisão ocorreu durante a Operação Hipócrates, deflagrada pela Polícia Civil do Amazonas nesta terça-feira (29).

De acordo com as investigações policiais, Ketzel se apresentava como ortopedista, pediatra e clínico geral, mesmo sem possuir formação médica. Por pelo menos dois anos, ele prestou atendimento em clínicas particulares, hospitais públicos e para crianças em situação de vulnerabilidade.

Novos áudios obtidos revelam negociações de plantões realizadas pelo falso médico:

* Em uma das conversas, um profissional de saúde confirma horário com Gabriel, alertando: “Está confirmado o horário, tá? Não falta, estamos precisando de um médico lá. Se faltar vai descontar da sua carga horaria quando tu voltar”.

* Outro áudio mostra uma negociação de troca de plantão, onde um profissional afirma: “Ele falou que não vai, mas tu vai. O Gabriel pode ir, foi isso que ele me falou”.

* Em uma terceira gravação, Gabriel é flagrado discutindo a possibilidade de assumir um plantão se passando por outro médico, demonstrando preocupação com a presença do chefe da residência.

Detalhes da Operação

A prisão preventiva foi executada na casa de um amigo no bairro Parque 10 de Novembro. Durante as buscas, foram apreendidos:
* Crachás médicos falsificados
* Uniformes utilizados em plantões
* Carimbos em nome de outros médicos
* Uma arma falsa
* Um distintivo das Forças Armadas

O delegado Cícero Túlio informou que a investigação teve início após denúncia anônima e durou cerca de 30 dias. O suspeito deverá responder por diversos crimes, incluindo exercício ilegal da medicina, falsidade ideológica e estelionato contra vulnerável.

O Conselho Regional de Medicina do Amazonas informou que está à disposição das autoridades para auxiliar nas investigações. A Secretaria de Saúde do Estado esclareceu que Gabriel não possui vínculo empregatício com o órgão. A Universidade Federal do Amazonas confirmou sua matrícula no curso de Educação Física.

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