Uma adolescente de 12 anos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) foi vítima de agressão por parte de colegas na Escola Estadual Coronel José Pinto de Abreu, em Goiana, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. O incidente ocorreu no dia 2 de abril, Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, e ganhou repercussão após denúncia da mãe da vítima.
De acordo com o prontuário médico do Hospital Belarmino Correia, onde a adolescente foi atendida, a vítima apresentou perda de consciência, contusão facial e escoriações, necessitando permanecer em observação devido aos traumas na cabeça.
* A adolescente, que possui diagnóstico de autismo nível 2, retardo mental e TDAH, foi atacada por um grupo de aproximadamente 12 a 13 alunas dentro da escola
* Segundo relatos, as agressoras tentaram furar o rosto da vítima com canetas e tentaram atingir seu pescoço e peito
* As agressoras também danificaram pertences da vítima, incluindo uma garrafa e sua sandália
* A escola não comunicou o incidente à família, e segundo a mãe da vítima, a direção teria recolhido o celular da adolescente para evitar que a família fosse informada
A mãe da adolescente registrou Boletim de Ocorrência na Delegacia de Goiana, e a vítima passou por exame de corpo de delito. Além disso, a família formalizou denúncia junto ao Ministério Público e busca apoio da Defensoria Pública para que o governo do estado apure o caso.
A Secretaria Estadual de Educação informou que uma equipe da Gerência Regional de Educação foi enviada à escola para investigar o ocorrido, afirmando que o conflito envolveu quatro alunas durante o intervalo. A direção da escola alega ter tomado as “medidas cabíveis” e acionado o Conselho Tutelar e a Patrulha Escolar.
“Eu vinha vindo do Dia da Conscientização do Autismo, da Casa do Abraço, que tinha sido inaugurada aqui em Goiana. Como minha sobrinha é autista, fui com ela, e minha filha foi para a escola. Quando estava voltando, vi um monte de alunos fazendo baderna e pensei: “Acho que aconteceu alguma coisa na escola””, relatou a mãe da vítima.
A Polícia Civil confirmou o registro do caso como lesão corporal e informou que as investigações estão em andamento para total esclarecimento do ocorrido. Vale ressaltar que este não seria o primeiro caso de violência registrado na instituição, com outros incidentes sendo relatados, incluindo uma ocorrência similar com outra aluna de 13 anos no mesmo dia.