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O estado de Minas Gerais registrou um aumento significativo nos casos de violência contra a mulher, passando de 141.582 em 2022 para 153.599 em 2024. Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) revelou que uma em cada cinco mulheres com 18 anos ou mais já vivenciou algum episódio de violência nos últimos 12 meses.
Casos recentes ilustram essa realidade preocupante:
* A oficial de Justiça Maria Sueli Sobrinho, 48 anos, foi agredida por um policial militar durante a entrega de um mandado no Dia Internacional da Mulher
* A biomédica Miqueias Nunes de Oliveira, 33 anos, foi assassinada pelo ex-companheiro em Ibirité, região metropolitana de Belo Horizonte
* Uma mãe teve seus dois filhos raptados pelo ex-companheiro na Vila Leonina, região Oeste de BH
* O corpo da jovem Clara Maria Venâncio Rodrigues, 21 anos, foi encontrado enterrado em uma casa no bairro Ouro Preto, na Pampulha
Uma tese de doutorado da UFMG identificou que mulheres que convivem cronicamente com a violência apresentam maior risco de desenvolver problemas de saúde.
Maria Sueli Sobrinho, vítima de agressão, compartilha sua experiência: “Fico rememorando os fatos. O sentimento é de vergonha, de culpa. Antes, quando ouvia as mulheres falarem dessa culpa, eu não entendia. Agora, eu sei”.
Em resposta ao crescente número de casos, a Polícia Civil de Minas Gerais implementou o “Plantão Lilás”, uma iniciativa que oferece atendimento humanizado e ininterrupto às mulheres vítimas de violência doméstica. O estado conta atualmente com 70 unidades da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam).
As estatísticas são alarmantes: entre janeiro de 2022 e janeiro de 2024, 535 mulheres foram vítimas de feminicídio em Minas Gerais, e outras 627 quase perderam suas vidas. A pesquisa também identificou que mulheres entre 18 e 24 anos são as mais vulneráveis, com impactos significativos em suas vidas acadêmicas e econômicas.
