Leandro Hassum volta às telonas nesta quinta-feira (6 de março) com “Uma advogada brilhante”, uma comédia que aborda temas sociais relevantes como desigualdade de gênero no ambiente corporativo. O filme, dirigido por Alê McHaddo, apresenta a história de Michelle Barbieri, um advogado que, devido ao seu nome de origem italiana, é frequentemente confundido com uma mulher.
A trama se desenvolve quando Mike, como prefere ser chamado, se vê obrigado a se passar por mulher para manter seu emprego após a empresa onde trabalha ser comprada por uma grande firma que decide manter apenas funcionárias mulheres. Enfrentando um divórcio complicado e lutando para manter a guarda do filho, o protagonista se depara com os desafios e preconceitos enfrentados pelas mulheres no mercado de trabalho.
O filme conta com um elenco diverso, incluindo a participação de Nany People e Olivia Lopes, além de ser dirigido por Alê McHaddo, uma diretora trans com mais de 10 produções no currículo. A cineasta destaca a importância do humor para abordar temas sensíveis: “Quando a gente começa a falar de pautas mais delicadas como transição de gênero, como igualdade no mercado de trabalho, às vezes, você fazer um texto formal, ele vai impactar algumas pessoas que já acreditam naquilo. A comédia tem a capacidade de furar essa bolha”.
Na história, Mike enfrenta situações que expõem o machismo no ambiente corporativo, especialmente quando trabalha em um caso de plágio musical e vê seu trabalho ser apropriado por colegas homens. Junto com a doutora Júlia (Claudia Campolina), ele luta para receber o devido reconhecimento profissional.
Leandro Hassum, que já abordou diferentes questões sociais através da comédia em filmes como “O candidato honesto” e a trilogia “Até que a sorte nos separe”, reflete sobre o papel do humor na discussão de temas importantes: “Tem essa fala no roteiro, “desde quando se vestir de mulher resolveu o problema da vida de alguém?” É verdade, é o mundo que a gente vive”.
O retorno às telonas marca um momento especial tanto para Hassum quanto para McHaddo, que não lançavam produções no cinema desde a pandemia. O ator celebra a experiência única de assistir a um filme no cinema: “Eu amo o streaming, acho que foi fundamental para as pessoas que ficaram em casa no isolamento, incrível. Mas a experiência da caixa preta que você não pode pausar, você tá ali sentado e tem só aquilo para prestar atenção. Eu acho que essa experiência é inigualável”.
A dupla também comemora o momento próspero do cinema nacional, com reconhecimentos internacionais recentes. “O reconhecimento quebra um discurso de que o cinema brasileiro não tem qualidade, que o cinema brasileiro é só isso ou só aquilo. O cinema brasileiro é absolutamente plural”, afirma Alê McHaddo.