O governo de Donald Trump oficializou nesta quarta-feira (12) a aplicação de tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para os Estados Unidos, desencadeando reações imediatas da União Europeia e da China, que prometem medidas para proteger seus interesses.
Trump já havia anunciado em fevereiro que imporia as tarifas sem exceções, atingindo Canadá e México, parceiros de Washington no Tratado de Livre Comércio da América do Norte. A decisão reforça a política protecionista americana, gerando críticas e ações retaliatórias.
A União Europeia respondeu reinstaurando tarifas sobre produtos americanos que haviam sido suspensas desde 2020 e ampliou as restrições para itens como bourbon, motos Harley-Davidson e iates. “Em um cenário de incertezas geopolíticas e econômicas, sobrecarregar as economias com tarifas não é o melhor caminho”, afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
A China, por sua vez, criticou duramente a decisão. Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, declarou que as ações dos EUA “violam gravemente as regras da OMC e prejudicam o sistema comercial multilateral”. O país asiático, maior produtor mundial de aço, prometeu “medidas necessárias” para defender seus interesses.
No Reino Unido, o secretário de Comércio Jonathan Reynolds afirmou que Londres está “desapontada” com a decisão de Trump, mas seguirá um caminho diplomático. O Japão também expressou insatisfação, sem anunciar represálias imediatas.
O impacto econômico será mais severo para o Canadá, que representa 50% das importações de alumínio e 20% das importações de aço dos EUA. Além disso, países como Emirados Árabes Unidos, Coreia do Sul, Bahrein e China, que fornecem entre 3% e 6% do alumínio importado pelos EUA, também serão afetados.
No setor de aço, Brasil (17% das importações) e México (10%) estão entre os mais impactados depois do Canadá, seguidos por Coreia do Sul, Alemanha e Japão. A consultoria EY-Parthenon alerta que as tarifas podem causar disrupções na cadeia de suprimentos, à medida que compradores ajustam suas estratégias.