O caso da adolescente Stefany Vitória, de 13 anos, encontrada morta em um matagal em Ribeirão das Neves, região metropolitana de Belo Horizonte, expõe uma realidade alarmante em Minas Gerais. Em menos de um mês após sua morte, outra menina, Yara Karolaine, de 10 anos, também foi encontrada sem vida em Água Boa, na região do Rio Doce, evidenciando um padrão preocupante de violência contra menores no estado.
As denúncias de violações contra crianças e adolescentes em Minas Gerais registraram um aumento significativo de 21,04% em 2024, segundo dados do Disque 100, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. O número saltou de 19.442 em 2023 para 23.534 no ano seguinte, incluindo violações físicas, psíquicas e patrimoniais contra menores de 14 anos.
* 14,5% das denúncias envolvem familiares ou pessoas próximas às vítimas, como nos casos de Stefany Vitória e Yara Karolaine
* 64,1% dos principais suspeitos são pais ou responsáveis diretos
* 38% das denúncias (9.034 casos) envolvem crianças menores de cinco anos
“Jamais pensei que ele poderia matar a minha filha, ninguém do bairro pensava isso. A gente frequentava a igreja dele, mas paramos de ir por uma questão espiritual”, relatou Márcia Teixeira, mãe de Stefany Vitória, sobre o pastor suspeito do crime.
Em resposta à escalada da violência, o governo Federal sancionou a Lei Henry Borel (14.344/22), que estabelece medidas protetivas específicas para crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica e familiar. A legislação considera como crime hediondo o assassinato de menores de 14 anos e prevê detenção de seis meses a três anos para quem deixar de comunicar às autoridades casos de violência.
Os especialistas alertam para sinais de violência, como mudanças comportamentais, queda no desempenho escolar e alterações de hábitos. É fundamental manter canais de comunicação abertos com as crianças e dar credibilidade aos seus relatos.