Quanto mais se fala em defender a democracia, mais desconfiança se gera, especialmente quando a economia vai para o ralo e a população sofre com a inflação e a pobreza
Imagine que uma pessoa fique o tempo todo te dizendo. Eu sou inteligente, sim, eu sou inteligente. Pode acreditar em mim, eu sou muito inteligente. Eu te garanto, eu sou muito inteligente. Quanto mais a pessoa te disser isso, mais desconfiado você ficará. O mesmo vale quando te falam: “Eu sou honesto! ” Pessoas honestas simplesmente são honestas, integralmente, o tempo todo. Não precisam ficar dizendo isso a ninguém.
De modo geral, a verdade, não precisa de defesa, ela sempre aparece. É a mentira quem precisa de defesa incansavelmente. Da mesma forma quando alguém se auto intitula como inteligente gera desconfiança, o mesmo acontece quando alguém fala o tempo todo que está defendendo a democracia: “ nós estamos defendemos a democracia, nós salvamos a democracia”.
Quanto mais se fala em defender a democracia, mais isso gera desconfiança e inquietação da população. Por exemplo, a Coreia do Norte é o país mais fechado no mundo, ninguém tem direito a nada, absolutamente nada, liberdade então nem está no dicionário em coreano. Sabe qual o nome oficial da Coreia do Norte? República Popular Democrática da Coreia. Na cabeça dos ditadores norte coreanos eles são defensores da democracia na tal república democrática coreana.
Não vou entrar neste mérito no caso específico brasileiro.
Mas olha que curioso, o atual governo do Brasil, falava aos quatro cantos: “o pobre vai voltar a comer picanha”. Deu no que deu. No mês de fevereiro a inflação teve a maior alta dos últimos 22 anos. Quem mais sofre com a inflação? Os mais pobres. Quem falava aos quatro cantos que defenderia os mais pobres? O atual governo. Quem está arrebentando com a vida dos mais pobres? O próprio governo. As pesquisas de aprovação do atual governo confirmam isso, os mais pobres estão sendo esfolados vivos.
Os mesmos defensores da democracia são os mesmos que circulam no meio de ditadores que não respeitam em nada a democracia, ou ainda afirmam que democracia é relativa. E o pior, estão o tempo todo dizendo que estão defendendo a democracia, ou que são tão honestos quanto Jesus Cristo.
Apesar de não ser cientista político, esse tema me preocupa, pois, a democracia e a liberdade fazem bem para a economia. Como economista quero que o ambiente de negócios seja próspero em nosso país. A economia está afundando, mesmo com o governo federal fazendo manobras para baratear a conta de luz, a inflação de fevereiro subiu 1,31%, a maior alta para o mês desde de 2003.
O governo está perdendo a mão da gastança desenfreada, e o resultado é o efeito inflacionário. Na pobreza e na miséria nenhuma democracia funciona. Só funciona na boca dos políticos. Se um político de fato quiser defender a democracia, defenda a economia, faça políticas que tornem os negócios prósperos, negócios prósperos geram empregos e salários, que geram consumo e satisfação de toda a população.
Um exemplo real: a pobreza dominou a população venezuelana e hoje não conseguem mais sair do regime ditatorial, estão presos na pobreza econômica e na ditadura política. Na Venezuela os políticos eram defensores vorazes da democracia e do povo. Hoje o povo venezuelano vive um inferno. Por isso a economia e negócios são importantes.
Não adianta ficar o tempo todo, “estamos defendendo a democracia” enquanto a economia vai para o ralo junto com as contas públicas. Quanto mais economia vai para o ralo, obviamente mais a população fica pobre, mais passará a depender do Estado, é nesse instante que a coisa começa a ficar preocupante. Mas isto é texto para um próximo artigo.
Resumindo: fique de orelha em pé quando alguém falar o tempo todo por conta própria que é honesto ou que está defendendo a democracia.