O PCC está envolvido em um esquema internacional de troca direta de drogas com traficantes europeus, conforme revelado em um recente relatório da Europol, a Agência da União Europeia para cooperação policial. O documento detalha como as facções criminosas brasileiras estabeleceram um sistema de escambo, conhecido internacionalmente como “barter deal”, trocando cocaína por MDMA (ecstasy).
De acordo com o relatório da Europol, o esquema de tráfico internacional envolve não apenas o PCC, mas também outras organizações criminosas brasileiras, como o Primeiro Grupo Catarinense (PGC). O documento destaca que o mercado latino-americano representa uma oportunidade significativa para os produtores europeus de MDMA, devido aos altos preços das drogas sintéticas na região.
Os dados apresentados no relatório mostram que entre 2019 e 2022, aproximadamente 1,2 toneladas de MDMA foram traficadas de países da União Europeia para a América Latina, sendo que 141 quilos tinham como destino específico o Brasil. Este volume significativo indica uma mudança nas rotas tradicionais do tráfico, que antes eram consideradas de “mão única”.
O relatório também aponta que a crescente demanda por MDMA na América Latina e o potencial de lucros elevados têm motivado criminosos europeus a explorar as rotas já estabelecidas entre os continentes. Esta nova dinâmica transformou as antigas rotas unidirecionais em corredores bidirecionais para o tráfico de diferentes tipos de drogas.