Mulher é presa por fraudar laudos médicos em ações de indenização relacionadas à tragédia de Brumadinho

Mulher é presa por fraudar laudos médicos em ações de indenização relacionadas à tragédia de Brumadinho

Suspeita atuava como secretária em clínicas e falsificava documentos para beneficiar ações judiciais após o rompimento da barragem em 2019

Uma mulher de 28 anos foi detida em operação policial por suspeita de falsificar documentos e laudos médicos em processos de indenização relacionados ao rompimento da barragem de Brumadinho. A prisão ocorreu durante a Operação Hipócrates, realizada pela Polícia Civil, que também executou mandados de busca e apreensão.

A investigação teve início quando as autoridades identificaram um padrão suspeito em diversas ações judiciais que apresentavam laudos idênticos, com mesmo teor e CID. Conforme explicação do delegado da Divisão de Combate à Corrupção e Fraudes, Magno Machado: “Os documentos reportavam alta incidência de stress por traumas decorrentes do rompimento da barragem. Mas, verificamos com diversos médicos e não batia esses CIDs”.

Funcionamento do esquema

* A suspeita trabalhava em duas clínicas médicas e recebia pacientes encaminhados por advogados
* As consultas eram realizadas de forma superficial, com atendimentos médicos e psicológicos de apenas 10 minutos por telefone
* Após as breves consultas, os pacientes recebiam laudos atestando estresse pós-traumático
* Muitos dos requerentes das ações nem mesmo possuíam vínculos com a região afetada pela tragédia de Brumadinho

“Sendo que muitas dessas pessoas que ingressaram com as ações judiciais, quando fomos fazer a oitiva delas na delegacia, essas pessoas nem conheciam ninguém na barragem. Apenas moravam em Brumadinho, do outro lado da cidade, e diziam estar com estresse pós-traumático e sem condições de trabalhar”, afirmou o delegado.

Durante as buscas na residência da suspeita, os policiais encontraram blocos de receituário controlado já assinados e folhas em branco contendo apenas assinaturas e carimbos médicos. A investigação segue em curso para determinar o possível envolvimento de médicos, psicólogos e advogados no esquema.

A Polícia Civil já obteve confissões de alguns psicólogos que admitiriam ter preenchido formulários e enviado laudos médicos à clínica sem qualquer contato com os supostos pacientes.

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