O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, chegou a Moscou nesta segunda-feira (31) para uma série de discussões diplomáticas cruciais com seu homólogo russo, Sergei Lavrov. A visita ocorre em um momento estratégico, quando Rússia e Ucrânia avaliam uma proposta de cessar-fogo apresentada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A agenda diplomática prevê um encontro entre Wang Yi e Lavrov para terça-feira (1º), período que coincide com as recentes negociações entre ucranianos e russos sobre um possível acordo de trégua limitada. O momento é particularmente sensível, considerando as tensões entre os líderes envolvidos no conflito.
* Donald Trump expressou publicamente sua frustração com Vladimir Putin e Volodymir Zelenski no domingo (30), embora tenha reconhecido “muito progresso” nas negociações
* O presidente americano manifestou irritação especialmente com Putin por questionar a credibilidade de Zelenski, observando que existe “um ódio tremendo” entre os líderes
A posição chinesa permanece cautelosa e estrategicamente neutra, conforme destacado pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun: “Sempre acreditamos que o diálogo e a negociação são a única maneira viável de sair da crise. A cooperação da China com a Rússia não tem como alvo uma terceira parte e não deve ser afetada por nenhuma terceira parte”.
Significativamente, ao anunciar a viagem de Wang Yi, a China optou por não mencionar diretamente a questão ucraniana, limitando-se a indicar que os países “continuam aprofundando a coordenação estratégica e expandindo a cooperação prática em vários campos”.
O porta-voz do ministério chinês enfatizou que esta visita representa uma oportunidade para trabalhar com a Rússia em questões internacionais e regionais de interesse mútuo, mantendo a tradicional postura diplomática chinesa de neutralidade calculada.