A Faixa de Gaza voltou a ser palco de intensos confrontos nesta terça-feira (18 de março), com bombardeios israelenses causando dezenas de mortes e destruição generalizada no território palestino. O retorno da violência marca o fim da trégua estabelecida em 19 de janeiro, trazendo de volta o caos e o desespero para os 2,4 milhões de habitantes da região.
“O chão está repleto de cadáveres e pedaços de carne, e os feridos não encontram um médico que os atenda”, relata Ramiz al Amarin, um deslocado palestino de 25 anos, no hospital al Ahli, na Cidade de Gaza. “Reacenderam o fogo do inferno em Gaza”, acrescenta ele, descrevendo o momento em que acordou com o som das explosões.
Os ataques mais intensos desde o início da trégua foram justificados por Israel como resposta ao suposto bloqueio dos diálogos pelo Hamas e sua recusa em libertar reféns. O movimento islamista palestino, por sua vez, nega as acusações e responsabiliza Israel pelo descumprimento do acordo.
* Hospital al Ahli tornou-se cenário de horror com dezenas de corpos enfileirados em sua entrada, alguns cobertos apenas por mantas, enquanto opera com capacidade limitada devido às restrições israelenses à ajuda humanitária.
* Moradores relatam explosões devastadoras durante a preparação do Ramadã, com gritos ecoando por toda parte e numerosas vítimas, principalmente crianças, segundo testemunhas locais.
* Em Beit Hanun, famílias fugiram com pertences básicos antes mesmo de receberem ordens de evacuação, enquanto na Cidade de Gaza, deslocados abandonaram escolas transformadas em abrigos.
A situação humanitária agrava-se com a Defesa Civil alertando sobre a falta de recursos para atender a população. No hospital indonésio de Beit Lahia, cenas dramáticas se desenrolam, como a de uma menina com mãos enfaixadas observando silenciosamente o corpo de seu irmão mais novo.
O impacto dos bombardeios resultou no desmoronamento de diversos prédios, deixando moradores em estado de choque e revivendo os horrores dos meses anteriores de conflito. A população local expressa descrença com o retorno da violência, especialmente após declarações internacionais contra a escalada do conflito.