Frank Martins: ‘Com Leonardo Jardim, o Cruzeiro pode colher bons frutos na temporada que já parecia perdida’

Frank Martins: ‘Com Leonardo Jardim, o Cruzeiro pode colher bons frutos na temporada que já parecia perdida’

Desde os bons tempos do Seabra, não via um fio tão claro de esperança e evolução no time celeste

Olá, torcedor celeste!

Que saudade eu estava de escrever para vocês sobre esse Trem Azul que passou e ficou marcado em nossas vidas: o Cruzeiro. Depois de quase cinco anos comentando sobre o Maior de Minas no ESPN FC, e um hiato de 6 anos, agora integro o time de colunistas do N3 News. E, por aqui, a proposta é diferente: menos noticiário, mais alma. Vamos falar de memórias, causos, reflexões e, claro, análises do clube que carrego com orgulho no peito, representado por essas cinco estrelas que me ensinaram a amar o futebol.

O nome desta coluna é uma singela homenagem a dois ilustres cruzeirenses — Lô Borges e Milton Nascimento —, ícones do Clube da Esquina. A canção que inspira o título evoca nostalgia e reflexão, abordando temas como a passagem do tempo, as oportunidades perdidas e palavras que ficaram por dizer. Mas por aqui, teremos muito o que dizer.

Coincidentemente — ou quem sabe por destino —, o debut da coluna acontece junto da estreia do Cruzeiro no Brasileirão. E mais: também marca a primeira partida oficial de Leonardo Jardim no comando da equipe numa competição nacional. E posso afirmar com sinceridade: desde os bons tempos do Seabra, não via um fio tão claro de esperança e evolução no time celeste.

O grande desafio de Jardim é montar o quebra-cabeça do meio-campo. No ataque, enfim, estamos bem. Gabigol começa a jogar do jeito que gosta, Kaio Jorge tem se mostrado participativo, Dudu vive boa fase e Wanderson dá sinais de que pode contribuir bastante. Se o treinador conseguir consolidar um meio-campo sólido, o Cruzeiro se torna um time realmente competitivo.

É nesse ponto que entra o pedido de paciência com Walace. Assim como na canção de Lô, em que o “Trem Azul” e o “Sol na cabeça” simbolizam a jornada da vida — onde o trem representa o caminho trilhado (o nosso Cruzeiro), e o sol, a consciência e a experiência —, Walace está tentando reencontrar seu trilho.

É um bom jogador. Chegou fora de forma, foi alçado a titular em meio a um time sem identidade e ainda carrega nas costas falhas marcantes na final da Sul-Americana. Em 2025, antes da estreia no Brasileiro, havia feito apenas cinco partidas, e nem todas completas. Mas está fazendo a parte dele: melhorou fisicamente, não pediu titularidade e atua onde o técnico mandar. Jardim deve insistir com ele por dois motivos claros: precisa ganhar ritmo e, além disso, o time é baixo — e Walace ajuda na estatura e na bola aérea.

A vitória sobre o Mirassol também foi uma noite de consagração para os “brutos” do time. Gols de Dudu e Gabigol, que prometem comandar o ataque celeste; duas assistências de William, que voltou a ter liberdade para ser lateral de verdade — e parece até ter reencontrado a paz no coração. E, claro, o pênalti defendido por Cássio, que eu comemorei como um gol.

Na coletiva pós-jogo, Leonardo Jardim foi claro: não quer um time de 11 titulares fixos, mas sim um elenco forte, versátil e capaz de se adaptar ao adversário e às nuances de cada partida. E, embora todos estejam sendo tratados como titulares, os reforços de peso precisam mostrar, sim, o seu diferencial dentro de campo.

Foi apenas contra o Mirassol, é verdade. Mas o que se viu em campo — e também fora dele — deixou aquele fio de esperança de que, sim, o Cruzeiro pode colher bons frutos numa temporada que parecia perdida logo nos primeiros meses do ano.

Encerrando, deixo aqui meu agradecimento à equipe do N3 News pela oportunidade de voltar a falar do Maior de Minas. E um obrigado especial ao amigo Marcilio Alves, pela indicação e confiança. Conto com os likes, comentários e compartilhamentos de vocês, torcedores! Até a próxima.

Frank Martins
Frank Martins
Jornalista, cruzeirense e contador de histórias do time que fez do Mineirão o palco da eternidade. Já passei pela Itatiaia, O Tempo, Hoje em Dia, TV Rede Super e ESPN FC, mas aqui no N3 News a proposta é outra: menos noticiário, mais alma. Reflexões, memórias, causos e análises do clube que carrego 5 estrelas no peito e que me ensinou a amar o futebol. Porque ser Cruzeiro é mais do que torcer: é transformar cada jogo em memória e cada título em parte da alma dessas páginas heroicas e imortais.

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Frank Martins
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