Conedh registra aumento de violações em presídios de MG

Conedh registra aumento de violações em presídios de MG

Relatório do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos aponta crescimento de 29,2% nas denúncias em penitenciárias mineiras 

O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos (Conedh) divulgou um relatório alarmante sobre o sistema penitenciário de Minas Gerais. O documento revela um aumento significativo de 29,2% nas denúncias de violações aos direitos humanos, comparado ao ano anterior, saltando de 775 para 1.002 casos.

Das denúncias registradas pelo Conedh, destacam-se:

* 640 casos relacionados a tortura e maus tratos, representando a maior parte das ocorrências
* 106 denúncias sobre alimentação em condições inadequadas de conservação
* Diversas outras violações que levaram à interdição de unidades, como a Penitenciária Nelson Hungria

O presidente do Conedh, Robson Sávio Reis Souza, atribui o crescimento das violações principalmente à superlotação das unidades prisionais. Um exemplo crítico é a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, que chegou a ser interditada em 2024 por falta de servidores. A unidade, projetada para 2.200 detentos, abrigava 2.690 em dezembro de 2023, situação que levou a um acordo para limitar o contingente à capacidade máxima.

Segundo Souza, o despreparo dos agentes responsáveis pelo contato com os detentos é a principal causa dos relatos de tortura e maus tratos. “Há falta de controle sobre aqueles que operam dentro das unidades”, destaca o presidente do Conedh.

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, em nota, informou não ter recebido o relatório, mas ressaltou que “todas as unidades prisionais do estado passam por fiscalização e monitoramento de diferentes órgãos, entre eles o Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Tribunal de Justiça de Minas Gerais”.

Sobre as denúncias de alimentação inadequada, a secretaria afirmou que adota procedimentos administrativos imediatos em casos de descumprimento contratual, podendo resultar em multas ou rescisão do contrato. “Caso a direção da unidade prisional identifique irregularidades que tornem a alimentação imprópria para consumo, a empresa fornecedora é notificada e deve realizar a substituição imediata, sem ônus para o Estado”, explicou a pasta.

O relatório do Conedh indica que parte das denúncias foi arquivada após análise do Ministério Público, enquanto outras ainda aguardam apuração. A secretaria reforçou que não compactua com desvios de conduta e que todas as situações são rigorosamente investigadas, respeitando o devido processo legal.

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