O julgamento contra a mineradora australiana BHP pelo rompimento da barragem de Fundão em Mariana chegou ao fim nesta quinta-feira (13 de março) em Londres. O processo, que busca indenizações de 36 bilhões de libras (aproximadamente R$ 266 bilhões), representa 630.000 pessoas afetadas pela tragédia ocorrida em 2015.
O caso teve início em 21 de outubro, passou por um recesso no fim de janeiro, foi retomado em 5 de março e agora aguarda veredicto, que deve ser anunciado nos próximos meses. Os autores da ação recorreram à Justiça britânica por discordarem dos processos julgados no Brasil.
* O rompimento da barragem ocorreu em 5 de novembro de 2015, resultando em 19 mortes e despejando 40 milhões de metros cúbicos de lama tóxica no rio Doce e no oceano Atlântico
* Em outubro de 2023, o governo federal brasileiro firmou acordo de indenização com as empresas envolvidas no valor de R$ 132 bilhões
* Em novembro de 2023, a Justiça brasileira absolveu a Samarco, a Vale e a BHP de responsabilidades pela tragédia
* Em março de 2024, 26 dos 49 municípios atingidos aderiram à repactuação brasileira, enquanto os demais optaram pela ação na Inglaterra
Tom Goodhead, diretor-geral do escritório Pogust Goodhead, que representa as vítimas, afirmou: “Este caso evidenciou o conhecimento da BHP, praticamente desde o início, do grave risco que a barragem representava para as comunidades vizinhas e o meio ambiente”.
A BHP, que compartilhava a propriedade da Samarco com a Vale na época do desastre, alega ter oferecido assistência financeira a 432.000 pessoas, empresas locais e comunidades indígenas. A empresa reconhece a tragédia e afirma ter demonstrado que “priorizou a segurança e agiu com responsabilidade”.
O caso pode resultar em um segundo processo caso uma das partes apresente recurso contra o veredicto final.