O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, manifestou-se sobre a possível tributação que os Estados Unidos podem impor ao Brasil, anunciada por Donald Trump para 2 de abril. Durante a inauguração de uma nova fábrica da Fresenius Medical Care em Jaguariúna (SP), Alckmin defendeu que o Brasil deveria ser excluído dessa medida, considerando o histórico positivo nas relações comerciais entre os países.
“Eu acho que nós deveríamos fazer o inverso e aproveitar novas oportunidades para a complementaridade econômica. O Brasil tem 200 anos de amizade e parceria com os Estados Unidos. Nos parece um equívoco o que foi feito”, declarou Alckmin durante o evento.
O ministro destacou pontos importantes sobre as relações comerciais Brasil-EUA:
* A balança comercial atual é superavitária para os Estados Unidos
* Dos dez produtos mais exportados pelos EUA para o Brasil, oito não possuem tributação sobre importação
* O Brasil é o terceiro maior comprador de carvão siderúrgico americano, demonstrando a integração das cadeias produtivas
* A sobretaxa de 25% sobre aço e alumínio implementada por Trump foi uma medida global, não específica contra o Brasil
Alckmin mencionou que já houve conversas com autoridades americanas, incluindo Howard Lutnick, segundo responsável pelo Comércio Federal, e o embaixador Grier, onde a posição brasileira foi apresentada. “Entendo que o Brasil devia estar fora de qualquer tributação, porque, na realidade, os Estados Unidos têm um grande superávit conosco”, enfatizou.
Questionado sobre outros assuntos, como a decisão do STF que tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro réu, Alckmin preferiu enfatizar a importância da democracia: “Eu entendo que a democracia, ela foi salva, primeiro pela população brasileira, através do voto, a eleição da Constituição Brasileira, e salva também o Judiciário, que é o guardião da Constituição e o guardião da democracia.”