Um movimento contra a instalação de painéis de LED publicitários na Praça Sete, localizada no hipercentro de Belo Horizonte, está ganhando força através de um abaixo-assinado. A iniciativa é liderada pelo renomado arquiteto e urbanista Gustavo Penna, que questiona a Lei 11.828/2025, responsável por autorizar a implementação dos painéis luminosos no importante cruzamento das avenidas Afonso Pena e Amazonas.
A legislação, que se inspira no modelo da Times Square de Nova York, enfrenta forte oposição de profissionais e cidadãos preocupados com a preservação da identidade cultural da cidade. “Belo Horizonte não é Nova York, não. Belo Horizonte é belo porque é nosso. E é nosso porque tem a nossa cara, nossa identidade, nossa paisagem. Esconder a paisagem atrás de paineis fere nosso rosto: tapa na cara!”, argumenta Penna na petição publicada na plataforma Change.org.
* A autorização para instalação dos painéis de LED abrange quatro pontos estratégicos no entorno da Praça Sete, incluindo os cruzamentos da Avenida Amazonas com as ruas Rio de Janeiro e Carijós, em ambos os lados da Avenida Afonso Pena
* O decreto municipal, publicado em 8 de março, justifica a instalação como forma de fortalecer a região como destino turístico e centro comercial, além de supostamente aumentar a segurança noturna
* A CDL-BH, através de seu presidente Marcelo de Souza e Silva, já manifestou interesse em expandir o projeto para a região da Savassi, especificamente no entorno da Praça Diogo de Vasconcellos
Gustavo Penna enfatiza que a Praça Sete representa o coração da cidade e critica veementemente a comparação com Times Square: “É o coração de nossa cidade, onde todos cruzamos e nos encontramos na lida da vida. Esconder o coração atrás de painéis não traz vida, ao contrário a retira: morte por asfixia”.
O arquiteto destaca ainda a importância de preservar as características arquitetônicas originais da praça, incluindo as obras do Mestre Niemeyer, e defende que a requalificação do centro deve ocorrer através de políticas públicas adequadas, sem comprometer a paisagem urbana com poluição visual.
Para que a expansão do projeto até a Savassi se concretize, será necessária a aprovação de um novo Projeto de Lei, conforme explicou o vereador Wanderley Porto (PRD), autor da lei original. O processo exigirá que a região seja declarada Área de Promoção da Cidade (APC) e demandará alterações no Código de Posturas da capital.