O crescente uso de cigarros eletrônicos, conhecidos como “vapes”, tem gerado preocupação durante o Carnaval de Belo Horizonte. Mesmo com sua fabricação, importação e comercialização proibidas no Brasil, as autoridades da capital mineira estão intensificando as ações de conscientização sobre os riscos associados ao seu uso.
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) anunciou uma série de medidas preventivas para o período carnavalesco, incluindo campanhas informativas nas redes sociais e nos transportes públicos. A iniciativa visa alertar a população sobre os perigos do uso destes dispositivos.
* A subsecretária de Promoção e Vigilância à Saúde, Thaysa Drummond, destaca: “Estamos aproveitando o período do Carnaval, quando ocorrem muitos eventos que reúnem grande número de pessoas, para alertar sobre esses riscos. Os cigarros, convencionais ou eletrônicos, possuem considerável variedade de substâncias tóxicas em níveis significativos e representam enorme risco para a saúde, inclusive para os fumantes passivos”.
* Estudos indicam que aproximadamente 20% dos jovens adultos brasileiros já experimentaram “vapes”, dispositivos inicialmente desenvolvidos para auxiliar no abandono do tabagismo, mas que têm demonstrado efeito contrário, aumentando a dependência de nicotina.
* Pesquisas científicas, incluindo um estudo realizado no Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista (ICT-Unesp), em colaboração com outras instituições, revelaram que os “vapes” podem causar lesões pulmonares agudas, contêm substâncias cancerígenas e alteram a composição da saliva, aumentando o risco de doenças bucais.
Belo Horizonte oferece suporte através do Programa Municipal de Controle do Tabagismo, disponível nos centros de saúde. Em 2024, o programa já atendeu mais de 3 mil usuários, realizou cerca de 800 atendimentos e promoveu mais de 500 ações educativas. O tratamento, que dura aproximadamente seis meses, inclui abordagens não medicamentosas e, quando necessário, medicações como bupropiona e adesivos de nicotina.
A crescente popularidade dos “vapes” entre os jovens e seus riscos à saúde continuam sendo motivo de preocupação para as autoridades de saúde, especialmente durante grandes eventos como o Carnaval.