Marcelo Araújo Bormevet é acusado de monitorar autoridades e criar fake news com sistemas da Abin
O policial federal Marcelo Araújo Bormevet, lotado em Juiz de Fora, na Zona da Mata Mineira, foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por sua suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado em 2022. A ação, que também envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 32 pessoas, foi formalizada na última terça-feira (18 de fevereiro) e inclui acusações graves, como liderança de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Bormevet foi preso em julho de 2023 durante a operação “Última Milha”, conduzida pela Polícia Federal (PF), que investigava um esquema criminoso acusado de monitorar ilegalmente autoridades públicas e disseminar notícias falsas utilizando sistemas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), onde o policial já atuou como servidor público.
O inquérito que embasou a denúncia da PGR aponta que o grupo liderado por Bolsonaro e composto por militares, políticos e servidores públicos teria planejado e executado ações para desestabilizar o governo eleito em 2022. Bormevet, que ingressou na PF em 2005, foi suspenso de suas funções em janeiro de 2024 por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após as investigações sobre a chamada “Abin paralela”.
A denúncia inicial incluía 40 nomes, mas apenas 37 foram formalmente acusados. A PGR ressaltou que a possibilidade de novas denúncias permanece aberta, dependendo de elementos que possam surgir durante o andamento do processo. Além de Bolsonaro, figuras como o ex-ministro e ex-vice na chapa do ex-presidente, general Braga Netto, e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid também foram denunciados.
O caso segue sob investigação e deve gerar novos desdobramentos à medida que avançam as apurações sobre o suposto esquema criminoso que ameaçou a democracia brasileira.