Poda de árvores causa morte de 66 garças em Lagoa Santa

Poda de árvores causa morte de 66 garças em Lagoa Santa

Ação em Lagoa Santa resultou na morte de dezenas de garças e deixou mais de 150 aves feridas durante período de reprodução

Uma poda de árvores realizada na Praça do Piquenique Literário, em Lagoa Santa, região metropolitana de Belo Horizonte, resultou em uma tragédia ambiental na tarde de segunda-feira (10 de fevereiro). O incidente causou a morte de 66 garças e deixou mais de 150 aves feridas, gerando revolta entre moradores e ativistas ambientais.

O impacto da ação foi devastador, especialmente por ocorrer durante o período de reprodução das garças. “Parecia uma zona de guerra”, relatou um dos denunciantes presentes no local. “A gente que mora aqui, sabe que, todos os anos, elas (garças) voltam. São muitos animais, e as árvores são ninhos gigantes. Foi muito triste. A gente passa na lagoa, e elas estavam sobrevoando à procura dos filhotes. Tem décadas que essas aves vêm para cá”, lamentou.

Resgate e atendimento

* Moradores iniciaram o resgate dos animais até a chegada do Grupo de Resgate Animal de Belo Horizonte (GraBH) e do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Coman)
* As aves foram levadas a um centro de acolhimento provisório e posteriormente transferidas ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas)
* Muitas garças sofreram ferimentos graves e necessitarão de longo período de tratamento

Investigação e responsabilidades

* A Polícia Civil de Minas Gerais iniciou investigação para apurar as circunstâncias e responsabilidades
* A perícia oficial realizou coleta de vestígios e análise do ocorrido
* Os responsáveis pelo serviço foram autuados e podem responder por crimes contra a fauna e maus-tratos

A Prefeitura de Lagoa Santa emitiu nota explicando que a autorização para a poda continha indicação expressa para evitar áreas com ninhos e aves. O prefeito Breno Salomão reconheceu em vídeo que o trabalho não foi realizado adequadamente. A administração municipal informou que sanções administrativas e ambientais já foram aplicadas à empresa contratada.

Aldair Pinto, diretor do Hospital Veterinário do UniBH e do GraBH, criticou a escolha do local para a intervenção: “Era uma poda em um local que sabidamente tinha animais. Fizeram a poda sabendo da existência dos animais”.

O incidente pode ter consequências duradouras para a população de garças na região, considerando que estas aves seguem rotas migratórias e costumam retornar anualmente aos mesmos locais de reprodução. Além das mortes diretas, a destruição de ninhos e ovos pode comprometer a presença da espécie nos próximos anos.

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