Uma mulher de 37 anos será julgada nesta quinta-feira (6 de fevereiro) pelo abandono e morte de sua filha recém-nascida em março de 2020, na região do Barreiro, em Belo Horizonte. A acusada confessou ter agredido e abandonado a bebê em uma lixeira na esquina das ruas Barão de Coromandel e Benedito Santos.
A sequência dos eventos revela um caso perturbador de infanticídio:
* A acusada manteve a gravidez em segredo de seu companheiro e familiares, planejando realizar o parto sozinha em sua residência.
* O parto ocorreu no dia 22 de março, enquanto familiares realizavam um churrasco com música alta na área externa da casa, impossibilitando que percebessem a situação.
* Após agredir a recém-nascida, a mulher embrulhou o corpo em uma sacola dentro de uma caixa de sapatos e, por volta das 6h30 do dia seguinte, abandonou a criança em uma lixeira na rua.
* Um transeunte encontrou a bebê ainda com vida, apresentando ferimentos no rosto e na boca. A criança foi imediatamente levada para a UPA Diamante, onde chegou sem pulso e respiração, vindo a falecer.
Segundo a denúncia, a suspeita foi presa em flagrante em sua residência pelos policiais do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A petição indica que a morte ocorreu “em decorrência de politraumatismo, devido aos atos agressivos praticados pela acusada”.
A investigação revelou que a mulher teve uma gravidez não desejada e “acreditava que um filho, naquele momento, iria atrapalhar sua rotina de estudos e seu trabalho”. O crime foi caracterizado como especialmente grave por “dificultar a defesa da vítima”, uma vez que a recém-nascida foi agredida pela própria mãe, que agiu “sem demonstrar qualquer emoção”.
O caso chocou a comunidade do Barreiro e levanta questões sobre a importância do acompanhamento pré-natal e do suporte psicológico durante a gestação.