Morte de Juscelino Kubitschek pode ser reinvestigada

Morte de Juscelino Kubitschek pode ser reinvestigada

Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos aguarda posicionamento das famílias de JK e do motorista para possível reabertura do caso de 1976

A Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) está considerando reabrir a investigação sobre a morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek, ocorrida em um acidente automobilístico em 1976. A decisão depende do posicionamento das famílias de JK e do motorista Geraldo Ribeiro, que também faleceu no incidente.

O pedido de reabertura foi apresentado por Gilberto Natalini, ex-presidente da Comissão da Verdade de São Paulo, após a reinstalação da comissão pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O caso, que sempre gerou questionamentos, possui diferentes versões sobre o ocorrido em 22 de agosto de 1976.

Principais Versões e Investigações

* A versão oficial indica um acidente na Via Dutra, mas foi contestada pela família do ex-presidente, que solicitou a exumação do corpo 20 anos depois do ocorrido

* Em 1996, houve uma nova investigação com a exumação do corpo do motorista. Na ocasião, descobriu-se que um objeto metálico encontrado no crânio era um prego do caixão, e não um projétil como se suspeitava

* As Comissões Estaduais da Verdade de São Paulo e Minas Gerais apontaram indícios de que JK foi vítima de um atentado político, sugerindo possível sabotagem mecânica, tiro ou envenenamento do motorista

O contexto histórico é fundamental para compreender as suspeitas. Juscelino Kubitschek era considerado um inimigo pela ditadura militar. Após ser presidente entre 1956 e 1961, período em que construiu Brasília, JK teve seus direitos políticos cassados em 1964 e foi forçado a um exílio voluntário.

A morte de JK é frequentemente associada à Operação Condor, uma ação coordenada entre as ditaduras do Cone Sul. No período de dezembro de 1976 a maio de 1977, outras duas importantes figuras políticas também faleceram em circunstâncias questionadas: o ex-presidente João Goulart e o ex-governador Carlos Lacerda.

Antes de sua morte, Juscelino Kubitschek planejava retornar à vida política após o término dos 10 anos de cassação de seus direitos políticos. Ele havia participado da articulação da Frente Ampla, movimento de oposição à ditadura militar, junto com Carlos Lacerda e João Goulart, que foi extinto pelos militares.

O inquérito civil do Ministério Público Federal (MPF) questiona a versão oficial do acidente, e as conclusões indicam que não foi possível comprovar definitivamente a causa do acidente que vitimou JK. Este elemento é um dos principais argumentos utilizados no pedido de reabertura da investigação, quase 50 anos após o ocorrido.

Mais notícias no N3 News

Participe do nosso canal no Whatsapp

Imagem N3 News
N3 News
O N3 News oferece notícias recentes e relevantes, mantendo os leitores atualizados em um mundo que está sempre em constante mudança. Mais do que um portal de notícias, temos como meta ser um parceiro confiável na busca pela informação precisa e imparcial.

RELACIONADAS