Caso foi registrado em Extrema, no Sul de Minas; estado está em alerta devido à crescente transmissão da doença
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) confirmou, nesta terça-feira (4 de fevereiro), a primeira morte por febre amarela em 2025. O caso foi registrado na cidade de Extrema, no Sul de Minas. A vítima é um jovem de 21 anos, morador de Bragança Paulista (SP), que trabalhava no município mineiro e faleceu no dia 18 de janeiro.
Segundo a SES-MG, o local exato da infecção ainda está sob investigação. A Prefeitura de Extrema informou que o jovem teria passado por um período de lazer na cidade de Joanópolis (SP) no fim de 2024. Até o momento, não há outros casos confirmados de febre amarela em humanos na região.
A confirmação da primeira morte ocorre em meio ao alerta do Ministério da Saúde sobre o aumento da transmissão da febre amarela em Minas Gerais, São Paulo, Roraima e Tocantins. De acordo com a pasta, o período sazonal da doença vai de dezembro a maio, o que exige intensificação da vigilância e da vacinação nas áreas de risco.
Em São Paulo, onde há maior concentração de casos no início de 2025, o Ministério da Saúde ampliou o envio de vacinas. O estado receberá dois milhões de doses até o início de fevereiro, sendo 800 mil extras.
Além do caso fatal em Extrema, Minas Gerais também registrou, neste ano, um caso positivo de febre amarela em primata não humano (PNH) no município de Toledo, também no Sul de Minas. Em 2024, sete casos em primatas foram confirmados em cidades como Bueno Brandão, Santa Rita de Caldas, Extrema, Belo Horizonte e Ipuiúna.
A presença do vírus em primatas indica circulação ativa da febre amarela na região, aumentando o risco de transmissão para humanos.
A febre amarela é uma doença infecciosa transmitida pela picada de mosquitos. No ambiente urbano, o principal vetor é o Aedes aegypti, também responsável pela transmissão da dengue, zika e chikungunya. No ambiente silvestre, os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes são os responsáveis pela disseminação do vírus.
A doença pode evoluir para formas graves, com risco de morte em 20% a 50% dos casos mais severos. Diante de sintomas como febre alta, dores musculares, icterícia (pele e olhos amarelados) e hemorragias, é fundamental buscar atendimento médico imediato.
A vacinação é a principal forma de prevenção. Desde 2017, o Brasil adota o esquema de dose única ao longo da vida, disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). Em Minas Gerais, a cobertura vacinal está em 86,3%, abaixo da meta de 95% estabelecida pelo Programa Nacional de Imunização.