Marcola, líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) e Marcinho VP, líder do CV (Comando Vermelho) estabeleceram um acordo de paz. A informação da trégua entre as duas maiores facções de crime organizado do Brasil foi publicada pelo UOL.
O promotor de Justiça de São Paulo Lincoln Gakiya declarou: “Na verdade, desde a remoção [para o sistema penitenciário federal] do Marcola e demais lideranças do PCC [em 2019] já havia esse pensamento de uma trégua para poderem juntos tentar derrubar os rigores do sistema penitenciário federal. Agora se concretizou”.
* O primeiro objetivo visa flexibilizar as regras do sistema penitenciário federal, onde ambos os líderes estão detidos. Autoridades temem que esta união possa resultar em tentativas de fuga.
* O segundo propósito envolve a operação conjunta nas principais rotas do tráfico de cocaína: a rota caipira, controlada pelo PCC, que se estende da Bolívia até o porto de Santos, e a rota do Solimões, na Amazônia, dominada pelo CV.
* Um líder comunitário do Ceará relatou que ordens do CV nas periferias de Fortaleza já proíbem ataques a membros do PCC.
* Agentes federais identificaram ordens similares em diversos estados do Norte e Nordeste, regiões onde o CV possui maior presença territorial.
* A inteligência da Segurança Pública do Amazonas confirmou a validade da trégua no estado.
Nos últimos anos, as duas facções travaram uma guerra pelo controle do narcotráfico, principalmente devido à expansão do PCC para outros estados brasileiros. O conflito resultou em diversos massacres em presídios, sendo o mais notável em Manaus, em 2017, quando 56 membros do PCC foram mortos por presos ligados à FDN, aliada do CV.