Cristóvão Miranda, ex-cabo do Exército de 63 anos, foi morto por um policial Civil do Rio de Janeiro no último sábado (22 de fevereiro), no bairro Itapõa, região da Pampulha em Belo Horizonte. O homem, que vivia em situação de rua, foi sepultado nesta sexta-feira (28) no cemitério municipal de Vespasiano, na Grande BH.
A história de Cristóvão Miranda é marcada por uma profunda tristeza após a morte de sua esposa. Segundo sua irmã, Maria Helena, ele entrou em depressão há cerca de 10 anos, quando sua ex-companheira foi assassinada em São Paulo após a separação do casal.
* Pai de quatro filhos, Cristóvão Miranda teve um velório com presença limitada, contando apenas com sua irmã, uma sobrinha e uma representante da pastoral Povo da Rua
* O reconhecimento do corpo só foi possível após Maria Helena identificá-lo quando a imprensa noticiou sua morte, evitando que fosse enterrado como indigente
* Antes de viver nas ruas, Cristóvão trabalhou no comércio com a família e morava no bairro Floramar, região Norte de BH
O boletim de ocorrência registrado indica que Cristóvão estava supostamente agressivo e teria xingado o policial e seus familiares na noite do crime. No entanto, Maria Helena contesta veementemente esta versão, descrevendo o irmão como um homem calmo, pacífico e educado.
“Foi uma covardia do cara. Foi uma tremenda maldade, entendeu? Meu irmão ficou todo furado, sabe? Ele ficou destruído.. as mãos, a cabeça, o pescoço. Foi muita violência”, relatou Helena, que descreveu sentir “dor na alma” ao reconhecer o corpo do irmão no IML.
“O cara executou ele. Não precisava disso, não. Se tivesse dado um, dois tiros ainda assim a gente não aceitaria, mas poderia ser por medo, pânico, mas ele deu seis tiros no meu irmão”, enfatizou Maria Helena, que agora clama por justiça pela morte do irmão.
A família busca esclarecimentos sobre as circunstâncias que levaram à morte de Cristóvão Miranda, questionando especialmente o uso excessivo da força, evidenciado pelos seis disparos efetuados pelo policial.