Uma cafetina de 55 anos foi presa em Belo Horizonte após ser descoberto um esquema de exploração sexual e trabalho análogo à escravidão. A prisão ocorreu nesta sexta-feira (14 de fevereiro), após denúncia anônima que levou a polícia até uma casa de luxo no bairro Cidade Jardim, região Centro-Sul da capital mineira.
A operação policial revelou um cenário de graves violações de direitos humanos, onde quatro mulheres oriundas do Amazonas eram mantidas em cárcere privado e forçadas à prostituição.
* Ao chegarem ao local, os policiais foram inicialmente recebidos pela suspeita, que alegou buscar a chave do portão mas não retornou
* Os militares, percebendo a tentativa de evasão, bloquearam a garagem com uma viatura e forçaram entrada na residência
* No interior do imóvel, foram encontradas sete mulheres e um homem, sendo quatro delas identificadas como vítimas do esquema
* Inicialmente, a cafetina conseguiu se esconder em um porão oculto, mas foi posteriormente capturada ao tentar fugir pela janela
* As mulheres relataram que estavam há quatro meses na casa de prostituição
* Eram mantidas em condições precárias no subsolo da mansão, em área sem iluminação e ventilação inadequadas
* Tinham alimentação limitada, roupas escassas e eram obrigadas a entregar 60% do valor dos programas à cafetina
* Os quartos da residência só podiam ser utilizados durante os programas sexuais
Durante a operação, foram apreendidos R$ 901 em dinheiro, um aparelho de armazenagem de fotos e anotações relacionadas aos serviços de prostituição. A suspeita foi encaminhada à delegacia, onde permaneceu em silêncio durante o interrogatório.
A cafetina foi autuada por diversos crimes, incluindo cárcere privado, rufianismo, favorecimento à prostituição e trabalho análogo à escravidão. As vítimas, após se sentirem seguras na delegacia, foram fundamentais para a localização e prisão da suspeita.