O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), protagonizaram um embate público sobre a situação fiscal do estado mineiro. A discussão teve início após a sanção do Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados com a União (Propag) pelo presidente Lula.
O confronto se intensificou quando Haddad publicou em sua conta no X (antigo Twitter) dados indicando que a dívida de Minas aumentou de R$ 119 bilhões em 2018 para R$ 185 bilhões em 2024, acusando o estado de dar calote no governo federal e em instituições financeiras.
Em resposta direta à publicação do ministro, Zema apresentou dados contraditórios:
* Segundo gráficos compartilhados pelo governador, a taxa de endividamento de Minas Gerais (percentual do total da dívida pela receita corrente líquida) reduziu de 189,03% em 2018 para 156,37% em 2024
* Zema também apontou que, em contrapartida, a taxa de endividamento do Brasil cresceu de 414,33% em 2022 para 508,37% em 2024, já durante o governo Lula
* O governador afirmou: “Contra Fatos não há argumentos, senhor ministro @Haddad_Fernando. O endividamento de Minas está em queda, abaixo do limite e é bem menor do que o do Brasil”
A discussão teve origem nos questionamentos de Zema sobre os vetos presidenciais ao Propag. Inicialmente, o governador mineiro ameaçou não aderir ao programa caso os vetos não fossem derrubados. Haddad rebateu afirmando que Zema havia apresentado uma proposta de renegociação inferior à aprovada e sancionada.
O ministro explicou que o veto questionado por Zema se referia à transferência para a União da responsabilidade de quitar dívidas dos estados com bancos privados. Em contrapartida, o governador mineiro argumentou que as contas do estado estão equilibradas desde 2021, mesmo após o pagamento de mais de R$ 8 bilhões em dívidas à União.
Zema ainda contestou a caracterização das dívidas como apenas privadas, destacando que instituições como Banco do Brasil e BNDES estavam entre as “entidades privadas” mencionadas pelo ministro, e argumentou que os vetos impõem custos adicionais ao estado enquanto o governo federal mantém gastos elevados.