O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), criticou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, que será apresentada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. Em entrevista à CNN, Zema defendeu maior autonomia para as forças de segurança e apresentou suas próprias propostas para combater a criminalidade.
Durante a entrevista, o governador mineiro destacou três propostas principais que considera fundamentais para a segurança pública:
* A detenção prolongada de criminosos reincidentes. “Nós queremos que aquele criminoso, que de forma reiterada comete o mesmo delito, fique detido. Isso é fundamental. Hoje nós temos pessoas que roubam, que furtam celulares 20 vezes, passam uma noite na cadeia e vão na rua novamente para cometer na semana que vem o mesmo delito”, explicou.
* Prisão imediata para quem viola monitoramento eletrônico. “A pessoa tá sob monitoramento de tornozeleira, rompe a tornozeleira e a Justiça leva um ano para espedir um mandato de prisão. A pessoa fica um ano solta e deveria ter sua prisão decretada automaticamente”, defendeu Zema.
* Maior liberdade de atuação para as forças policiais, sem receio de acusações discriminatórias durante abordagens.
Em relação ao Programa de Pleno Pagamento da Dívida dos Estados junto à União (Propag), Zema manifestou sua insatisfação com os vetos presidenciais e expressou esperança de que sejam derrubados pelo Congresso Nacional. O governador afirmou que não pretende aderir ao programa caso os vetos sejam mantidos.
Zema também destacou a importância econômica de Minas Gerais, mencionando que o estado foi responsável por um terço do saldo comercial brasileiro no ano anterior. Em uma analogia peculiar, comparou os estados contribuintes a “vacas leiteiras”, criticando a falta de apoio federal: “O que nós estamos fazendo é deixando de dar ração para aquelas vacas que mais produzem leite no Brasil”.
O governador defendeu ainda que as medidas de segurança deveriam ser baseadas nas práticas dos estados com menores índices de criminalidade, destacando que as regiões Sul e Sudeste apresentam as menores taxas do país.