A Suécia anunciou uma significativa mobilização militar no Mar Báltico, marcando sua primeira contribuição como membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). A decisão surge em um momento de crescente tensão na região, com o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, declarando que o país se encontra em uma situação intermediária entre paz e guerra.
O governo sueco está implementando uma série de medidas de segurança em resposta a recentes ameaças e incidentes de sabotagem na região:
* Três navios de guerra foram enviados ao Mar Báltico como parte do esforço conjunto da Otan para aumentar a presença naval na área
* Uma aeronave de vigilância foi disponibilizada pelo Exército sueco para reforçar o monitoramento da região
* A guarda costeira sueca contribuirá com quatro navios adicionais para patrulhar o Mar Báltico, mantendo outras sete embarcações em estado de prontidão
A decisão foi tomada após uma série de incidentes preocupantes envolvendo a infraestrutura subaquática da região. Desde 2013, pelo menos dez cabos submarinos que conectam os países nórdicos e bálticos à Europa Central foram danificados, afetando áreas estratégicas de comércio e energia.
Durante coletiva de imprensa, o primeiro-ministro Kristersson expressou preocupação com ataques híbridos: “A verdadeira paz requer liberdade e a ausência de conflitos sérios entre países. Nós e nossos vizinhos estamos expostos a ataques híbridos, realizados não com robôs e soldados, mas com computadores, dinheiro, desinformação e o risco de sabotagem”.
Um caso recente que motivou essa mobilização foi o rompimento de um cabo submarino entre a Finlândia e a Estônia, levando a polícia sueca a investigar um navio chamado Eagle S, registrado nas Ilhas Cook e transportando petróleo russo. O incidente também afetou Alemanha e Lituânia.
Paralelamente ao reforço naval, a Suécia está fortalecendo sua segurança terrestre. O país anunciou recentemente a aquisição de 44 tanques Leopard 2, de fabricação alemã, representando um investimento de 1,9 bilhão de euros, o maior investimento militar sueco neste século.
A entrada da Suécia na Otan em março do ano passado, junto com a Finlândia, marcou o fim de décadas de neutralidade militar, uma mudança motivada principalmente pela guerra na Ucrânia e pelo receio de ameaças expansionistas russas na região.