O presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, fez um pronunciamento contundente durante o evento que marca os 50 anos da morte do ditador Francisco Franco, criticando o bilionário Elon Musk e alertando sobre o ressurgimento do fascismo na Europa. O líder socialista expressou preocupação com o avanço de regimes autocráticos e o crescimento da extrema direita no continente.
Durante seu discurso no Museu Reina Sofia, em Madri, onde está exposto o “Guernica” de Pablo Picasso, Sánchez apontou que o “homem mais rico do planeta” lidera uma “internacional reacionária” que ataca instituições democráticas. Sem mencionar diretamente o nome de Musk, o presidente espanhol criticou o comportamento do proprietário da rede social X.
Pontos principais do pronunciamento:
* Sánchez alertou que “os regimes autocráticos estão avançando em meio mundo” e que “o fascismo, que pensávamos ter deixado para trás, é agora a terceira força política na Europa”
* O líder espanhol acusou Musk de “incitar ao ódio” e “apelar abertamente a apoiar os herdeiros do nazismo na Alemanha nas próximas eleições”
* Enfatizou a importância de combater as “fake news”, classificando-as como “a principal arma dos inimigos da democracia”
A crítica de Sánchez a Musk surge em um contexto de crescente preocupação na Europa com os ataques do bilionário a líderes do continente, incluindo o trabalhista britânico Keir Starmer e o social-democrata alemão Olaf Scholz, além de seu apoio declarado ao partido de extrema direita AfD na Alemanha.
Em resposta às críticas da oposição sobre a organização dos eventos relacionados ao aniversário da morte de Franco, Sánchez declarou: “Não é necessário ter uma determinada ideologia, nem de esquerda, nem de centro, nem de direita, para olhar com tristeza, com enorme tristeza e também com terror, para os anos sombrios do regime de Franco e temer que esse retrocesso se repita”.
O evento ocorreu no contexto histórico do fim do regime franquista, que governou a Espanha desde 1939 até 1975, quando Franco faleceu por causas naturais aos 82 anos. Vale ressaltar que os restos mortais do ditador foram exumados do Vale dos Caídos em 2019, por iniciativa do próprio Pedro Sánchez.