Pacheco busca conciliação com Haddad sobre vetos ao Propag

Pacheco busca conciliação com Haddad sobre vetos ao Propag

Ministro da Fazenda garante que Lula manterá estrutura central do programa de pagamento das dívidas estaduais, mas indica vetos em pontos específicos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reuniu-se por aproximadamente três horas com o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD), nesta segunda-feira (13 de janeiro), para discutir o Programa de Pleno Pagamento da Dívida dos Estados junto à União (Propag). Durante o encontro, Haddad assegurou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manterá os elementos fundamentais do programa.

O projeto, que tem o apoio direto de Pacheco, será sancionado com vetos pelo presidente e publicado no Diário Oficial da União na terça-feira. Os principais pontos que serão mantidos incluem:

* A federalização de ativos para abater a dívida dos Estados com a União
* A redução da taxa de juros do indexador mediante cumprimento de contrapartidas
* O alongamento das parcelas por até 360 meses (30 anos)
* Um sistema de escalonamento da parcela integral entre 20% e 80% nos primeiros quatro anos
* A possibilidade de redução dos juros até zero

Os vetos presidenciais devem se concentrar principalmente nas alterações propostas pelo relator na Câmara dos Deputados, Doutor Luizinho (PP-RJ). Uma das modificações que deve ser vetada é a utilização de créditos inscritos na Dívida Ativa das Fazendas Estaduais para abater parte da dívida com a União.

Haddad já havia sinalizado na última quinta-feira (9 de janeiro) que recomendaria a Lula vetar todos os pontos que impactassem no resultado primário da União. A decisão surpreendeu tanto auxiliares de Pacheco quanto representantes do governo de Minas Gerais, que esperavam a sanção integral do projeto.

O posicionamento do ministro da Fazenda sobre os vetos ocorre em um momento de crescente preocupação do mercado com o cumprimento do arcabouço fiscal. Haddad, que recentemente anunciou um pacote de corte de gastos de R$ 71 bilhões para os próximos anos, já indicou que o governo planeja apresentar novas medidas de ajuste fiscal em 2025.

A decisão final sobre os vetos demonstra o equilíbrio que o governo busca entre atender às demandas dos estados e manter a responsabilidade fiscal, mesmo que isso signifique possíveis desgastes políticos com aliados importantes.

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