O Nordeste manteve sua posição como a região brasileira com maior incidência de homicídios contra pessoas transexuais em 2024. Segundo dados da Rede Trans Brasil, das 105 mortes registradas no país, 40 ocorreram na região nordestina, representando aproximadamente 38% do total de casos.
A distribuição geográfica dos casos demonstra um padrão preocupante, com o Sudeste registrando 35 casos, seguido pelo Centro-Oeste com 14 ocorrências, Norte com 10, Sul com 5 e Distrito Federal com 1 caso. Em comparação com 2023, quando foram contabilizados 119 homicídios, houve uma redução de 12% no número total de casos.
Vale ressaltar que existem divergências nos números apresentados por diferentes organizações. A Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (Antra) contabilizou 145 assassinatos em 2023, número superior ao registrado pela Rede Trans Brasil no mesmo período.
O cenário nacional continua alarmante no contexto internacional. De acordo com o Trans Murder Monitoring, o Brasil manteve pela 16ª vez consecutiva a posição de país mais letal para pessoas trans. Das 350 mortes registradas globalmente em 2024, 30% ocorreram em território brasileiro.
A metodologia utilizada pela Rede Trans Brasil para este levantamento baseia-se na contabilização de mortes veiculadas pelos meios de comunicação e denúncias direcionadas à própria entidade. Desde 2016, quando iniciou seu monitoramento, a organização já registrou um total de 1.181 homicídios contra pessoas trans no país.
O Nordeste mantém um padrão histórico preocupante, tendo liderado também as estatísticas em 2023 com 39,5% dos casos, seguido pelo Sudeste (33,6%), Sul (10,9%), Norte (10,1%) e Centro-Oeste (5,9%).