O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), declarou que o projeto de lei que propõe anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro não deve ser votado no Plenário. A declaração foi feita durante entrevista à rádio Opinião CE na última sexta-feira, 3.
Segundo José Guimarães, o movimento pela anistia perdeu força após uma série de acontecimentos que se seguiram ao 8 de janeiro. “Não há espaço para a anistia. A Câmara não vai votar isso, porque o espaço está muito espremido pelos fatos”, afirmou o parlamentar.
O líder do governo explicou que inicialmente havia uma pressão considerável para a aprovação da anistia: “Quando aconteceu a tentativa de golpe no dia 8, se fosse só aquilo, ele construíram um movimento muito forte para aprovar a anistia, mesmo com nossas manifestações contrárias. Tinha certo espaço para isso.”
No entanto, Guimarães destacou que eventos posteriores mudaram significativamente o cenário: “Vieram os fatos subsequentes, as prisões do Cid, do general Braga, a questão do plano montado para tirar a vida do presidente, do vice-presidente e de um ministro do Supremo. Então, o espaço para debater e aprovar isso está muito reduzido.”
A decisão sobre a votação do projeto ficará nas mãos do próximo presidente da Câmara, que substituirá Arthur Lira (PP-AL) em fevereiro. Hugo Motta (Republicanos-PB) é apontado como favorito para assumir o cargo. O novo líder da oposição, Zucco (PL-RS), já sinalizou que a pressão pela anistia continuará em 2025, indicando que o apoio da oposição à candidatura de Motta está relacionado a compromissos sobre o tema.
José Guimarães foi enfático ao concluir: “Não há espaço para aprovar essa tal da anistia. Não vejo nenhum espaço para isso e nem acho que o presidente da Câmara vá colocar isso para votar.”