A expectativa em relação às primeiras medidas protecionistas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem gerado preocupação no setor agropecuário brasileiro. No entanto, especialistas acreditam que o Brasil será menos impactado em comparação a outros países, como o México e o Canadá. As autoridades brasileiras aguardam a regulamentação das medidas, que ainda dependem de aprovação do Congresso norte-americano.
Um estudo realizado pela agência de classificação de risco Moody’s avalia que os Estados Unidos podem impor uma taxa de 5% sobre produtos brasileiros, significativamente inferior aos 25% anunciados para produtos mexicanos. Por outro lado, especialistas apontam que a disputa comercial entre os Estados Unidos e a China pode favorecer o Brasil, com a possibilidade de aumentar as exportações de produtos como a soja para o mercado chinês.
O analista internacional Igor Lucena avalia que a estratégia do governo Trump visa forçar uma renegociação comercial global, com a possibilidade de aumento de tarifas caso não haja concessões de outros países. “Os Estados Unidos estão enviando uma mensagem clara ao mundo: ou reduzimos nossas tarifas ou eles aumentarão as suas. Se essa negociação falhar, poderemos ver uma guerra comercial em escala global”, explica o especialista.
O governo brasileiro segue acompanhando de perto o desdobramento das decisões da administração norte-americana, buscando alternativas para mitigar eventuais impactos e identificar oportunidades dentro desse novo cenário econômico internacional.