O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, manifestou-se contra a recente declaração do ex-presidente Donald Trump sobre assumir o controle da Groenlândia, território autônomo da Dinamarca. Durante coletiva de imprensa em Paris, Blinken enfatizou que a proposta “obviamente não é uma boa ideia” e garantiu que tal cenário não se concretizará.
A polêmica ressurgiu após Trump reiterar seu interesse em controlar a Groenlândia, não descartando inclusive o uso da força para assumir a ilha ártica, justificando a ação como necessária para a segurança nacional americana.
Em resposta às declarações de Trump, Blinken destacou: “Acho que uma das propostas básicas que trouxemos para o nosso trabalho nos últimos quatro anos é que somos mais fortes, mais eficazes e obtemos melhores resultados quando trabalhamos em estreita colaboração com nossos aliados, sem dizer ou fazer coisas que possam aliená-los”.
* Em 2019, Trump já havia causado um incidente diplomático ao adiar uma visita à Dinamarca depois que a primeira-ministra Mette Frederiksen recusou a proposta de venda da Groenlândia aos EUA
* A Groenlândia, que foi colônia dinamarquesa até 1953, mantém atualmente status de território semisoberano sob administração da Dinamarca
* O primeiro-ministro da Groenlândia, Múte Egede, reafirmou que a ilha não está à venda e intensificou os pedidos por independência em seu discurso de Ano Novo
A importância estratégica da Groenlândia para os EUA está relacionada à sua posição geográfica privilegiada, sendo fundamental para o sistema de alerta antecipado de mísseis balísticos americanos, já que representa a rota mais curta entre Europa e América do Norte. Como parte da OTAN, através de sua ligação com a Dinamarca, a ilha mantém relevância significativa para a defesa ocidental.
O ministro das Relações Exteriores da Dinamarca manifestou-se sobre o assunto, indicando que a Groenlândia poderia buscar independência caso seus residentes assim desejassem, mas descartou a possibilidade de se tornar um estado americano.