Governo dá 72 horas para Meta explicar mudanças na verificação de fatos

Governo dá 72 horas para Meta explicar mudanças na verificação de fatos

Empresa tem 72 horas para explicar mudanças em seu programa de verificação de fatos e esclarecer impactos para usuários brasileiros

O governo brasileiro estabeleceu um prazo de 72 horas para que a Meta, empresa controladora do Instagram, Facebook e WhatsApp, apresente explicações sobre as alterações em seu programa de verificação de fatos. A medida foi tomada após o anúncio do CEO Mark Zuckerberg sobre o fim do programa e a redução de restrições em discussões sobre temas como imigração e identidade de gênero.

A decisão da Meta de substituir o atual sistema por notas da comunidade, similar ao modelo utilizado pela plataforma X, gerou preocupação entre autoridades brasileiras. O procurador-geral da República, Jorge Messias, expressou seu descontentamento: “Eu queria expressar uma enorme preocupação do governo brasileiro com a política adotada pela empresa Meta, que parece com uma biruta de aeroporto. O tempo todo muda de posição ao sabor dos ventos”.

Principais Pontos de Preocupação

* O Ministério Público Federal exige esclarecimentos sobre como a medida afetará as operações no Brasil, especialmente em relação à proteção de crianças e adolescentes na plataforma.

* O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, alertou sobre os impactos na sociedade brasileira, destacando preocupações com conteúdo impróprio, tráfico de crianças e segurança pública: “As pessoas acabam não conseguindo distinguir o que é verdade do que é mentira. Isso acaba impactando no país, na nação, nas pessoas e na economia”.

* O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou as mudanças como “extremamente sérias” e convocou uma reunião para discutir o assunto.

Embora um porta-voz da Meta tenha afirmado que as mudanças estão inicialmente planejadas apenas para o mercado americano, Zuckerberg mencionou que “países da América Latina têm tribunais secretos que podem ordenar que empresas removam conteúdos de forma silenciosa”.

O governo federal considera a regulamentação das redes sociais como uma das prioridades para 2024. O Planalto estuda definir uma posição sobre o tema, aproveitando projetos em tramitação no Congresso para estabelecer regras de moderação de conteúdo para plataformas que operam no país.

A questão também ganhou repercussão internacional, com a União Europeia mantendo sua postura rigorosa em relação à operação de redes sociais. A Alemanha, por exemplo, já se manifestou sobre a manutenção do controle sobre plataformas como Facebook e Instagram.

O Supremo Tribunal Federal analisa atualmente como provedores de internet, plataformas digitais e sites devem ser responsabilizados por conteúdos ilícitos publicados por seus usuários, o que pode resultar em consequências significativas para plataformas que não realizarem moderação adequada de conteúdo no país.

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