A matriz elétrica brasileira aumentou 10,9 GW em 2024. O levantamento é feito anualmente, desde 1997, pela ANEEL, Agência Nacional de Energia Elétrica,órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia, um recorde histórico, e ultrapassou em 747,35 MW a meta definida pela Agência para 2024, que era de 10.106 MW.
De acordo com o gov.br, o ano de 2024 também quebrou recorde quanto ao número de usinas instaladas: foram 301 novas plantas em 16 estados brasileiros. Desse total, 91,13% da potência instalada é proveniente das fontes solar fotovoltaica (51,87%) e eólica (39,26%). Entre as novas usinas implantadas no ano, estão 147 solares fotovoltaicas (5.629,69 MW), 121 eólicas (4.260,57 MW), 22 termelétricas (906,70 MW), nove pequenas centrais hidrelétricas (51,80 MW) e duas centrais geradoras hidrelétricas (4,60 MW). Entre os estados com mais usinas instaladas no ano, os destaques, em ordem decrescente, foram Minas Gerais (3.173,85 MW), Bahia (2.408,67 MW) e Rio Grande do Norte (1.816,38 MW).
Em janeiro, o Brasil somou 208.930,5 MW de potência fiscalizada, de acordo com dados do Sistema de Informações de Geração da ANEEL, o SIGA, atualizado diariamente com dados de usinas em operação e de empreendimentos outorgados em fase de construção.
Desse total em operação, ainda de acordo com o SIGA, 84,95% das usinas são consideradas renováveis.
Fonte: Aneel
Uma abordagem mais detalhada do crescimento da oferta centralizada de energia elétrica no Brasil pode ser encontrada no painel RALIE da Aneel, que reúne informações sobre a expansão da matriz elétrica. O quadro abaixo apresenta o planejamento de crescimento do setor elétrico brsileiro, a partir dos estudos da EPE, Empresa de Pesquisas Energéticas, órgão vinculado também ao MME, Ministério de Minas e Energia, e do ano de sua implantação prevista.
Fonte: Aneel painel RALIE Ano de previsão da operação comercial.
Observa-se que as fontes eólica e solar durante os próximos anos liderarão a implantação de novos parques geradores, devendo ser registrado, que embora também energia verde renovável, possuem característica de intermitência , dependendo de outras fontes consideradas firmes, para se garantir a segurança energética.
Dentre as fontes consideradas firmes temos a geração hidráulica, que vem diminuindo sua participação relativa nas matrizes elétrica e energética do país, pela diminuição drástica da construção de Usinas Hidrelétricas, em especial aquelas dotadas de grandes reservatórios, que podem ter uso múltiplo, e garantem o fornecimento de água para diferentes finalidades durante os períodos de seca, tendo ainda importância para controle de cheias durante extremos climáticos.
Podemos observar no quadro acima o pequeno incremento em energia desta fonte ao longo dos anos que virão. É preciso lembrar que poucas décadas atrás, a fonte hídrica representava cerca de 90% de nossa matriz elétrica.
A fonte fóssil, que tem sua importância relativa pequena na matriz, em especial para a região carbonífera do sul do Brasil, não tem previsão de novas unidades produtivas a partir de 2026. A fonte biomassa possui planejamento de oferta superior à hidroeletricidade. Já a fonte nuclear, também conhecida como uma fonte que não tem emissões, não tem previsão de novas unidades produtivas no País.
Quando observamos aspectos de segurança energética, modicidade tarifária, impactos ambientais , temos que alertar sobre a necessidade da retomada da construção de novas usinas hidrelétricas, de todos os portes, em especial aquelas com grandes reservatórios.