A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) retornará às atividades em 1º de fevereiro, após 40 dias de recesso parlamentar, tendo como principal pauta a análise dos projetos de privatização da Cemig e da Copasa. As propostas são consideradas prioritárias pelo governo Zema para o início de 2025.
O vice-governador Mateus Simões, do Partido Novo, demonstra otimismo quanto ao processo que classifica como “modernização”. “Nesse momento bom de relação com a assembleia, com uma base forte e presente, estamos maduros, finalmente, para iniciar essas discussões”, afirmou Simões.
O governo Zema tem apresentado críticas constantes à gestão atual das estatais:
* Em relação à Cemig, o governador tem apontado que a falta de modernização nas linhas da empresa prejudica o desenvolvimento do agronegócio mineiro, chegando a fazer críticas públicas inclusive na presença do presidente Lula (PT) e do ministro Alexandre Silveira (PSD).
* Quanto à Copasa, o governo estadual destaca a insatisfação dos consumidores, que frequentemente relatam problemas como contas abusivas, interrupções no abastecimento e água de má qualidade em audiências públicas.
A oposição na Assembleia apresenta forte resistência aos projetos. O líder da oposição, deputado Ulisses Gomes (PT), manifestou-se contrário: “Vender a água e energia elétrica, patrimônio do nosso estado, é sem dúvida nenhuma um grave retrocesso para Minas Gerais. Ao transformar estes dois bens públicos essenciais em mercadorias, o Zema coloca, mais uma vez, o governo do estado a serviço dos interesses privados, ignorando as necessidades da nossa população”.
O governo planeja aprovar as privatizações no primeiro semestre e realizar os leilões ainda em 2025. No entanto, o presidente da Assembleia, deputado Tadeu Martins Leite (MDB), já sinalizou que o ritmo das discussões será determinado pela casa legislativa: “É legítimo e natural que o governo do estado encaminhe os projetos que eles têm interesse em tramitar, da mesma forma que também é normal e legítimo que o tempo de discussão, tramitação e construção de todos os projetos cabe à mesa diretora, cabe à presidência também dar sequência”.
A discussão promete ser intensa, com parlamentares da oposição argumentando que a solução seria investir nas estatais ao invés de privatizá-las, acusando o governo de deliberadamente sucatear as empresas para justificar sua venda à iniciativa privada.