Menu
O Brasil, apesar de ser uma das 10 maiores economias mundiais, enfrenta uma grave crise de infraestrutura em suas escolas, especialmente relacionada ao saneamento básico. Um estudo recente revelou que aproximadamente 1,4 milhão de estudantes estão matriculados em escolas sem água potável, enquanto 440 mil frequentam instituições sem banheiro.
O levantamento, realizado pelo Instituto Água e Saneamento (IAS) em parceria com o Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais (Cedra), utilizando dados do Censo Escolar de 2023, expõe uma realidade ainda mais alarmante quando analisada sob a perspectiva racial.
* A incidência de falta de banheiro em escolas predominantemente negras é três vezes maior em comparação com escolas de maioria branca
* 46% das escolas com maioria de alunos negros não têm acesso à rede pública de esgoto, enquanto nas escolas de maioria branca esse número cai para 14%
* Estudantes negros matriculados em escolas predominantemente brancas têm maior probabilidade de estar nas unidades mais precárias dessa categoria
* Alunos brancos em escolas de maioria negra geralmente frequentam as melhores instituições desse grupo
* Na região Norte, 84,4% dos estudantes negros e 43,1% dos brancos estudam em escolas sem algum serviço básico de infraestrutura
* Na região Sudeste, esses números são significativamente menores: 12,5% para estudantes negros e 5,6% para brancos
O estudo evidencia como o racismo sistêmico afeta a infraestrutura escolar brasileira, impactando diretamente na aprendizagem e perpetuando desigualdades ao longo da vida dos estudantes. A falta de acesso a serviços básicos como água potável e banheiros pode comprometer significativamente a saúde, autoestima e desempenho escolar dos alunos.
Para reverter este cenário, especialistas recomendam a elaboração de políticas públicas educacionais com financiamento adequado, focalizando nas escolas com infraestrutura mais precária e considerando a equidade racial. Além disso, sugerem que as companhias de saneamento priorizem áreas onde estão localizadas as escolas mais deficitárias para ampliação das redes públicas de atendimento.
