A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, manifestou urgência para a conclusão do acordo comercial entre União Europeia (UE) e Mercosul. O anúncio pode acontecer durante a cúpula do Mercosul em Montevidéu, que acontece nesta quinta e sexta-feira.
Von der Leyen expressou otimismo nas redes sociais: “Pousamos na América Latina. A linha de chegada do acordo UE-Mercosul está à vista. Vamos trabalhar, vamos atravessá-la. Temos a oportunidade de criar um mercado de 700 milhões de pessoas”.
O acordo, que vem sendo negociado há 25 anos, beneficiará inicialmente Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, países fundadores do Mercosul. A Bolívia, embora membro do bloco sul-americano, não faz parte do acordo.
A Comissão Europeia enfrenta pressões divergentes dentro da própria UE:
* Espanha, Portugal e Alemanha defendem a conclusão rápida do acordo
* França e Polônia demonstram resistência à iniciativa
* Itália pode se juntar à oposição ao acordo
O tratado prevê a eliminação da maioria das taxas alfandegárias entre os blocos, facilitando:
* Para a UE: exportação de automóveis, máquinas e produtos farmacêuticos
* Para o Mercosul: exportação de carne, açúcar, arroz, mel e soja
Embora um acordo político tenha sido anunciado em junho de 2019, a ratificação europeia ainda não ocorreu. O cenário internacional atual, incluindo tensões comerciais com a China e a possível volta de Donald Trump à presidência dos EUA, tem motivado a UE a buscar novos aliados comerciais.
O porta-voz da Comissão para Assuntos Comerciais, Olof Gill, indicou que o processo de ratificação ainda não está definido: “Claro, qualquer acordo comercial deve ser ratificado, mas existem diferentes opções quanto ao tipo de processo de ratificação. Existem precedentes de diferentes tipos de acordos”.