Uma nova pesquisa Reuters/Ipsos revelou uma significativa resistência dos norte-americanos aos planos tarifários propostos por Donald Trump, especialmente se estes resultarem em aumento de preços para os consumidores.
A pesquisa, que entrevistou 4.183 adultos norte-americanos, apresentou resultados preocupantes para as propostas do ex-presidente:
* Apenas 29% dos entrevistados concordaram que “é uma boa ideia os EUA cobrarem tarifas mais altas sobre produtos importados, mesmo que os preços aumentem”, enquanto 42% discordaram dessa afirmação. Os demais 26% não souberam opinar.
* Um número ainda menor, apenas 17% dos participantes, concordou que as tarifas sobre produtos importados seriam benéficas para eles pessoalmente.
* Trump propõe uma tarifa universal de 10% sobre importações e uma tarifa específica de 60% sobre produtos chineses.
* O plano inclui ainda tarifas de 25% sobre produtos do México e Canadá, além de taxas adicionais de 10% sobre produtos chineses, como medida de pressão contra o tráfico de fentanil e imigração ilegal.
Economistas alertam que o plano tarifário de Trump, mais agressivo que o implementado durante seu primeiro mandato (2017-2021), pode resultar em inflação mais elevada. Segundo o Federal Reserve de San Francisco, aproximadamente 10% dos gastos dos consumidores americanos são direcionados a importações, indicando que tarifas elevadas podem impactar significativamente o orçamento das famílias.
Em contraposição às preocupações públicas, Trump defendeu suas propostas em entrevista recente ao programa Meet the Press da NBC, afirmando: “Acho que elas são lindas… As tarifas vão enriquecer nosso país.” O ex-presidente também argumentou que não acredita que os consumidores arcarão com os custos das tarifas.
A pesquisa, realizada online, possui margem de erro de aproximadamente dois pontos percentuais em qualquer direção, demonstrando um cenário desafiador para Trump ao retornar à Casa Branca em 20 de janeiro.