Governador Tarcísio de Freitas critica ações violentas da PM paulista

Governador Tarcísio de Freitas critica ações violentas da PM paulista

Governador muda postura após morte de estudante e homem lançado de ponte, classificando ações como “absurdos” e prometendo punições rigorosas

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) adotou uma postura inédita em seus dois anos de mandato ao criticar publicamente a atuação da Polícia Militar de São Paulo. A mudança de posicionamento ocorreu após dois casos recentes de violência policial: a morte do universitário Marco Aurelio Acosta e um vídeo que mostra um policial jogando um homem de uma ponte.

Pela primeira vez, o governador utilizou suas redes sociais para manifestar repúdio às ações policiais, classificando como “absurdos” os atos de “jogar uma pessoa da ponte” e de atirar “pelas costas”. Tarcísio afirmou que “essa não é a conduta que a polícia do Estado de São Paulo deve ter com nenhum cidadão” e garantiu que “abusos nunca vão ser tolerados e serão severamente punidos”.

Casos que motivaram a mudança de postura

  • Marco Aurelio Cardenas Acosta foi morto com um tiro à queima-roupa na Vila Mariana, no dia 20 de novembro. Os policiais alegaram que a vítima tentou pegar a arma de um PM e que as câmeras corporais estavam desligadas.
  • Um homem foi arremessado de uma ponte por policiais na Cidade Ademar, por volta das 23h de domingo (1º de dezembro). Segundo a PM, a vítima fugiu de uma abordagem quando conduzia uma moto sem placa.
  • Gabriel Soares, dependente químico, foi morto com 11 tiros após furtar sabão em um mercado no Jardim Prudência. O PM estava de folga e alegou que a vítima “agiu como se estivesse armada”.

A situação levou a uma reunião de emergência no Palácio dos Bandeirantes, onde Tarcísio discutiu medidas para “corrigir o rumo” da política de segurança e “punir excessos” da PM. O posicionamento atual contrasta com declarações anteriores do governador, que em março reagiu com indiferença a denúncias de ações violentas da PM à ONU.

Especialistas apontam que o uso excessivo da força estava em queda antes da atual gestão, principalmente devido à adoção de câmeras nos uniformes e comissões que analisavam as mortes por policiais. Cristina Neme, do Instituto Sou da Paz, afirma que “discursos que valorizam a violência ou não a condenam acabam se refletindo em práticas do dia a dia”.

A Secretaria de Segurança Pública informou que foram abertos inquéritos policiais militares e os PMs envolvidos nos casos foram afastados das ruas. O comandante-geral da Polícia Militar, Coronel Cássio Araújo de Freitas, considerou o caso do universitário “o mais marcante de todos” e classificou o incidente da ponte como “um erro básico” e “emocional”.

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