Uma nova escalada de tensão marca o cenário atual na Síria, com uma ofensiva rebelde significativa no noroeste do país. Os ministros das Relações Exteriores da Rússia, Irã e Turquia, principais atores internacionais no conflito sírio, mantêm “estreito contato” para buscar a estabilização da região.
A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, confirmou nesta quarta-feira (4) que os três países “fiadores” do processo de Astana estão em comunicação constante. “Esperamos que todos os Estados que têm uma influência sobre a situação no terreno na Síria a utilizarão no interesse para restabelecer a segurança e a estabilidade nesse país o quanto antes”, declarou.
* Em 27 de novembro, uma coalizão de rebeldes liderada pelo grupo islamista radical Hayat Tahrir al Sham (HTS), antiga ramificação síria da Al Qaeda, iniciou uma ofensiva relâmpago no noroeste da Síria
* Os rebeldes conseguiram tomar dezenas de localidades e uma parte significativa de Alepo, segunda maior cidade do país
* O avanço continuou em direção ao sul, chegando até Hama, quarta maior cidade síria, na terça-feira
O regime de Damasco, que conta com o apoio militar da Rússia, do Irã e do movimento libanês pró-iraniano Hezbollah, havia recuperado grande parte do território sírio em 2015, incluindo a totalidade de Alepo em 2016, cuja região oriental estava sob controle rebelde desde 2012.
Um acordo de cessar-fogo estabelecido em 2020, mediado por Ancara e Moscou, havia trazido relativa tranquilidade à região noroeste do país. Vale ressaltar que Mohsen Qomi, conselheiro para assuntos internacionais do líder supremo iraniano Ali Khamenei, encontra-se em Moscou, conforme informado pela agência russa Ria Novosti.
A guerra civil síria, iniciada em 2011 após a repressão violenta de protestos pacíficos, transformou-se em um conflito complexo envolvendo potências regionais e globais, além de grupos jihadistas. O saldo até o momento é de meio milhão de mortos e milhões de deslocados.