No dia seguinte à queda do regime de Bashar Assad na Síria, forças militares dos Estados Unidos e Israel realizaram uma série de operações estratégicas no território sírio. As ações tiveram como objetivos principais combater o Estado Islâmico e garantir a segurança de arsenais de armas químicas e mísseis.
As operações militares se desenvolveram em diferentes frentes:
* Os Estados Unidos concentraram seus bombardeios em posições do Estado Islâmico, buscando prevenir um possível ressurgimento do grupo terrorista diante do vácuo de poder em Damasco
* Israel ocupou postos militares no sul da Síria, enviando tropas além da fronteira pela primeira vez desde 1974, após o fim da Guerra do Yom Kippur
* Soldados israelenses foram observados atravessando a fronteira e adentrando uma área desmilitarizada em território sírio, gerando protestos de países árabes
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, manifestou-se sobre a operação através de um vídeo online: “Esta é uma posição defensiva temporária, até que um acordo adequado seja encontrado”. Curiosamente, na versão em hebraico da mesma declaração, a palavra “temporário” foi omitida.
A ocupação israelense gerou críticas significativas. O professor Eyal Zisser, da Universidade de Tel-Aviv, declarou: “É um erro terrível de Israel. Ninguém na Síria está prestando atenção em Israel no momento. Colocar-nos no meio deste conflito serve a quais interesses?”
Em Damasco, uma transição de poder foi estabelecida entre o ex-premiê sírio Mohamed Ghazi al-Jalali e os rebeldes do Hayat Tahrir al-Sham (HTS). O grupo rebelde, liderado por Abu Mohamed al-Golani, anunciou uma anistia geral para os soldados de Assad e garantiu a manutenção dos serviços básicos à população.
A Rússia também se posicionou sobre a situação. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, confirmou que Vladimir Putin aprovou pessoalmente o asilo a Assad, embora tenha se recusado a revelar sua localização. Putin já iniciou negociações com os rebeldes para manter as bases russas em Latakia e Tartus, sendo que a Embaixada da Síria em Moscou já hasteou a bandeira com três estrelas da oposição, simbolizando a nova realidade política do país.
A comunidade internacional permanece atenta aos desdobramentos da situação na Síria, especialmente considerando as implicações regionais e o futuro do arsenal bélico do país.