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As novas autoridades da Síria anunciaram um acordo histórico com grupos armados após a derrubada do presidente Bashar al Assad, que governou o país por mais de duas décadas. A mudança de poder ocorreu após uma ofensiva relâmpago em 8 de dezembro, liderada pelos islamistas do Hayat Tahrir al Sham (HTS).
O acordo prevê a dissolução e integração dos grupos armados às Forças Armadas nacionais, sob comando do Ministério da Defesa. No entanto, as poderosas Forças Democráticas Sírias (FDS), dominadas pelos curdos e apoiadas pelos Estados Unidos, não fazem parte do acordo.
* Ahmad al Sharaah, novo dirigente da Síria e ex-comandante militar do HTS, conduziu uma reunião com líderes dos grupos armados que resultou no acordo de dissolução
* Durante coletiva de imprensa, Al Sharaah afirmou que não permitirá que as “armas escapem ao controle do Estado”
* O porta-voz das FDS, Farhad Chami, declarou que a adesão do grupo ao exército sírio deve ser discutida diretamente com Damasco
* As FDS enfrentam uma ofensiva de grupos armados pró-Turquia, que tomaram áreas estratégicas como Tal Rifaat e Manbij
A situação é particularmente complexa no nordeste do país, onde as FDS controlam extensas áreas de território. A Turquia, aliada das novas autoridades de Damasco, considera as FDS uma extensão do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), seu principal adversário.
Os curdos estabeleceram uma “região autônoma” no norte da Síria após o enfraquecimento do governo de Bashar al Assad durante a guerra civil iniciada em 2011. O conflito resultou em mais de meio milhão de mortes e fragmentou o território em diferentes zonas de influência.
Murhaf Abu Qasra, atual comandante do HTS, indicou que a próxima etapa será a inclusão das facções armadas em uma futura instituição militar. As FDS reportaram recentemente “combates violentos” em Manbij, com 16 baixas entre seus combatentes.
