Oxfam pede mais participação social no Brasil para redução das desigualdades

Oxfam pede mais participação social no Brasil para redução das desigualdades

Relatório da Oxfam aponta avanços e retrocessos na desigualdade no Brasil, destacando redução da fome e impactos da austeridade fiscal

A Oxfam Brasil divulgou o relatório “Um Retrato das Desigualdades Brasileiras: 10 anos de Desafios e Perspectivas”, destacando a necessidade de fortalecer a participação social no país e apontando avanços e retrocessos na última década em relação às desigualdades sociais.

O documento enfatiza a importância de criar espaços deliberativos que garantam voz aos grupos historicamente marginalizados, além de destacar conquistas significativas como a saída de 14,7 milhões de pessoas da fome extrema em 2023, atribuída principalmente ao programa Bolsa Família.

Principais Avanços e Desafios

* A implementação de cotas raciais nas universidades públicas resultou em um aumento expressivo na participação de estudantes negros, passando de 40% em 2011 para 51% em 2019.

* O Índice de Gini atingiu seu menor patamar da década em 2014, com 0,504, mas piorou durante a pandemia de Covid-19, chegando a 0,541 em 2020. Em 2024, apresentou nova queda para 0,509.

* A aprovação da Política Nacional de Cuidado no Congresso Nacional representa um avanço importante para garantir direitos e melhorias nas relações de cuidado, tanto profissionais quanto não remuneradas.

Desigualdades de Gênero e Raça

Em 2013, homens brancos representavam 27,24% da população e concentravam quase 40% da renda nacional, enquanto homens negros (31,36% da população) detinham apenas 25,33%. As mulheres negras enfrentavam a situação mais crítica, representando 20,1% da população com apenas 12,38% dos rendimentos.

Uma década depois, em 2023, observou-se uma evolução modesta: homens negros passaram a representar 32,19% da população com 26,8% da renda, e mulheres negras, agora 22,45% da população, aumentaram sua participação para 15,01% dos rendimentos.

Retrocessos Significativos

O relatório aponta como principais retrocessos a Emenda Constitucional 95, que congelou gastos públicos por 20 anos, e a extinção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) em 2019, que contribuiu para o retorno do Brasil ao Mapa da Fome entre 2019 e 2022.

“Esses dados mostram que políticas públicas inclusivas têm o poder de transformar vidas e reduzir desigualdades históricas”, destacou Viviana Santiago, diretora executiva da Oxfam Brasil.

O documento conclui que, apesar dos avanços observados em algumas áreas, ainda há um longo caminho a percorrer para alcançar uma sociedade mais igualitária, ressaltando a importância de políticas públicas efetivas e participação social ativa.

Mais notícias no N3 News

Participe do nosso canal no Whatsapp

Imagem N3 News
N3 News
O N3 News oferece notícias recentes e relevantes, mantendo os leitores atualizados em um mundo que está sempre em constante mudança. Mais do que um portal de notícias, temos como meta ser um parceiro confiável na busca pela informação precisa e imparcial.

RELACIONADAS