O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou cinco integrantes do grupo econômico 123 Milhas por crimes contra as relações de consumo, crimes falimentares e lavagem de dinheiro. De acordo com as investigações, os denunciados mantiveram as atividades da empresa mesmo sabendo de sua inviabilidade econômica no final de 2022.
“As investigações apontaram que os denunciados, mesmo cientes da inviabilidade econômica do negócio 123 Milhas no final do ano de 2022, optaram pela continuidade das atividades econômicas, quando então desviaram valores milionários de modo indevido das empresas do grupo, lavaram dinheiro e compraram a MAX MILHAS com a intenção de dominar o setor econômico”, informou o órgão.
* A primeira modalidade de fraude envolveu a distribuição irregular de mais de R$ 26 milhões em dividendos aos denunciados, utilizando escrituração contábil com dados inexatos.
* Uma segunda fraude foi detectada através da confusão proposital entre empresas do grupo econômico, gerando um crédito superior a R$ 100 milhões para uma holding não incluída na recuperação judicial.
* A terceira modalidade fraudulenta consistiu na aquisição da MAX MILHAS, utilizando recursos do caixa da própria empresa adquirida, visando dominar o mercado de viagens online com milhas aéreas.
As investigações revelaram que a 123 Milhas induziu ao erro mais de 500 mil consumidores, causando prejuízo superior a R$ 1 bilhão com a venda de produtos da linha PROMO. O esquema também prejudicou mais de 800 mil credores da recuperação judicial, que acumulam um passivo superior a R$ 2,4 bilhões.
Durante o período investigado, os denunciados favoreceram credores específicos, realizando pagamentos superiores a R$ 24 milhões a parentes, amigos e funcionários de confiança. Além disso, segundo o MP, foram lavados mais de R$ 11 milhões, que foram ocultados e destinados de forma dissimulada das empresas produtivas do grupo econômico.