Nilton Carlos Araújo, de 69 anos, faleceu após receber uma superdosagem de medicamento quimioterápico em um hospital de Belo Horizonte. A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) indiciou um enfermeiro e uma médica por homicídio por dolo eventual, conforme divulgado nesta quinta-feira (26).
O paciente Nilton Carlos Araújo havia iniciado seu tratamento contra o câncer em março de 2024, em uma unidade hospitalar localizada no bairro Gutierrez, região Oeste da capital mineira. A sequência de eventos que levou ao falecimento do paciente ocorreu da seguinte forma:
* No dia 19 de agosto, o enfermeiro responsável aplicou quatro injeções do medicamento quimioterápico, totalizando 8,78 mg, quando a prescrição médica indicava apenas 2,29 mg. O profissional não observou as identificações individuais das seringas, que estavam destinadas a outros pacientes.
* Após a aplicação incorreta, Nilton Carlos Araújo apresentou mal-estar imediato, necessitando de atendimento em duas ocasiões consecutivas.
* O quadro clínico do paciente se agravou rapidamente, levando à necessidade de internação com suporte de ventilação mecânica.
* Quatro dias após o incidente, o paciente não resistiu às complicações e veio a óbito.
A investigação revelou falhas graves no protocolo de atendimento. Embora o enfermeiro tenha comunicado o erro à enfermeira-chefe, ele não registrou o incidente no prontuário médico, impossibilitando que os médicos plantonistas tomassem medidas corretivas adequadas.
A médica responsável pelo tratamento de Nilton Carlos Araújo, mesmo após ser informada sobre a situação crítica, optou por não tomar providências para tentar reverter o quadro do paciente. Segundo a investigação, essa omissão contribuiu significativamente para o agravamento do estado de saúde da vítima.