O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, internado desde segunda-feira no Hospital Sírio Libanês em São Paulo, optou por manter suas funções presidenciais mesmo após passar por dois procedimentos cirúrgicos, decidindo não transferir o cargo ao vice-presidente Geraldo Alckmin.
Durante sua internação, Lula passou por uma trepanação para eliminar um hematoma de três centímetros e posteriormente por uma embolização da artéria meníngea média. Apesar dos procedimentos, o presidente manteve-se ativo em suas funções governamentais.
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* Na madrugada de terça-feira, foi realizada uma trepanação para tratar um hematoma resultante de uma queda ocorrida há dois meses
* Um segundo procedimento, uma embolização preventiva, foi realizado para evitar novos sangramentos
* O presidente permanece em uma UTI privativa e ampla, que permite seu trabalho com privacidade
* A previsão de alta é para a próxima terça-feira, com recomendação médica de repouso até o final do ano
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* Mesmo “proibido” de receber visitas de trabalho, o presidente manteve conversas telefônicas com ministros
* Lula assumiu o comando do encontro do Conselhão na quinta-feira
* O vice-presidente Alckmin assumiu apenas alguns compromissos presenciais, como o encontro com o premiê eslovaco Robert Fico
“A Constituição fala que, não sendo viagem ao exterior, o cargo só passa para o vice em impedimento de condições, e isso não ocorreu, como os próprios médicos falaram. Ele despachou os atos publicados e tem falado com os ministros por telefone”, explicou um auxiliar do presidente.
A primeira-dama, Janja, tem administrado rigorosamente as visitas ao presidente, que estão restritas mesmo após sua eventual saída da UTI. O fotógrafo Ricardo Stuckert e uma assessora de imprensa acompanham Lula no hospital.
Especialistas políticos avaliam que a decisão de manter o cargo evita especulações sobre a gravidade do estado de saúde do presidente. A professora Mayra Goulart, da UFRJ, destaca que Lula representa um símbolo importante e concentra múltiplas funções como líder do PT, da esquerda e do governo, tornando complexa qualquer decisão de afastamento.
A expectativa é que o presidente retome suas atividades normais em breve, embora com recomendação médica para evitar viagens até o final do ano. O ambiente político mantém-se estável, com as negociações do pacote fiscal sendo conduzidas normalmente pelos ministros no Congresso.