O presidente Lula convocou uma reunião estratégica com dezesseis ministros nesta segunda-feira (9) no Palácio do Planalto, tendo como pauta principal a gestão das empresas estatais. O encontro ocorre em um momento crítico, após o registro de um déficit histórico de R$ 7,4 bilhões entre janeiro e outubro de 2024.
O déficit, que representa o maior valor desde o início da série histórica em 2002, engloba empresas das três esferas governamentais. As estatais federais acumularam um déficit de R$ 3,3 bilhões, enquanto as estaduais e municipais registraram prejuízo de R$ 3,8 bilhões, conforme dados do Banco Central.
Entre os presentes na reunião convocada por Lula, destacam-se ministros de pastas estratégicas:
* Fernando Haddad (Fazenda)
* Rui Costa (Casa Civil)
* Camilo Santana (Educação)
* Nísia Trindade (Saúde)
* Alexandre Silveira (Minas e Energia)
O levantamento exclui empresas tradicionalmente lucrativas como Petrobras, Eletrobras e bancos públicos. O resultado contempla 22 empresas com receitas próprias, independentes do Tesouro Nacional, mas que impactam o resultado fiscal do governo federal, incluindo Correios, Ceagesp, Infraero, Dataprev e Serpro.
O Ministério da Gestão, em nota divulgada em outubro, argumentou que o déficit está parcialmente relacionado ao aumento de investimentos. A pasta defendeu que “o resultado primário das empresas não é uma medida adequada de saúde financeira”, explicando que “É comum empresas registrarem déficit primário mesmo com aumento do lucro se estiverem acelerando seus investimentos, na expansão/modernização dos negócios”.
O ministério ainda ressaltou que “parte expressiva desse déficit corresponde a investimentos feitos pelas companhias”, contextualizando o resultado negativo de R$ 7,21 bilhões, dos quais R$ 3,37 bilhões correspondem às empresas federais.